Mas se há muitos bons produtos em oferta, nem todos conseguem o espaço merecido. Há opção do comprador por modelos de melhor revenda (o que é um contrassenso ainda a ser superado na opinião de UOL Carros), bem como estratégia focada em rentabilidade ou mesmo erro de posicionamento cometidos pelas próprias marcas. Tudo faz modelos interessantes derraparem — e até morrerem comercialmente.
UOL Carros cita 10 exemplos que teriam tudo para vender melhor e que ficariam bem em qualquer garagem. Confira:
Carros legais que ninguém compra:
-
Pioneiro entre carro com motor 3-cilindros flex no Brasil (o vice-líder Hyundai HB20, por exemplo, emprestou o motor do Picanto), sofreu como poucos o baque do super-IPI, das cotas de importação impostas pelo Inovar-Auto e pela falta de planejamento local da Kia. Sua participação no segmento de compactos é restrita a 1.755 unidades comercializadas entre janeiro e novembro. Atualmente a versão de entrada sai por R$ 40.990, lembrando que o modelo é bem completo.
-
Chery Celer Hatchback
Tire o bico da cara: o Celer hatch tem um bom pacote para seu segmento: além do ótimo espaço interno, o motor 1.5 flex de 113 cv (etanol) empurra bem. O preço também é bastante atrativo: R$ 34.990 para um ambiente completinho. Faltam rede maior e ação de marketing mais efetiva. Este ano, entre janeiro e novembro, foram apenas 796 unidades.
A Citroën tem nas mãos um dos sedãs médios mais acertados do mercado. Desde a versão mais básica, de R$ 73.590, o C4 Lounge tem motor 1.6 THP turboflex (173 cv com etanol) e ótimo equipamento. Rivais como Civic e Cruze só oferecem a opção em versões a partir de R$ 90 mil, por exemplo. Mas a própria propagandeia mal seu carro e ainda sofre para se livrar do estigma de ser problemática em pós-venda. Resultado: 3.580 exemplares ao longo deste ano — Civic quase vende isso a cada mês, sendo que o Corolla entrega o dobro a cada 30 dias.
Com ou sem marcas japonesas dominando, o Fluence deveria vender melhor, porque é uma boa opção (espaço primoroso, porta-malas interessante, confortável e com bom pacote mecânico), mas também porque é feito na Argentina, com quem o Brasil possui acordo bilateral, que facilita as importações. Fato é que a Renault parece ter desistido de fazer volume: agora o três-volumes só existe por aqui em duas versões, a partir de R$ 95.000 — sendo que o modelo já foi campeão de custo/benefício. Isso ajuda a explicar por que comercializou 3.926 exemplares este ano, ficando longe do topo.
Não teve jeito. A ascensão dos SUVs representou queda vertiginosa de um tipo de veículo bastante cultuado entre especialistas e fãs: as peruas. Por mais que a Volkswagen Golf Variant tenha o trunfo da motorização TSI (agora turboflex na configuração 1.4) e o apelo de, enfim, voltar a ser genuinamente um “Golf”, não conseguiu passar de 924 emplacamentos no período de janeiro a novembro. O preço também complica a história: R$ 104.216 iniciais
Citroën C4 PicassoOutro exemplo inteligente e tecnológico da Citroën, que ainda preza por excelente espaço interno e muito conforto. Aqui, o caso é de problemas de cotas de importação limitadas e estigma da antiga geração, que tinha motor fraco (para o tamanho) e câmbio antiquado. Nada dessa mecânica permanece no modelo novo, mas muitas lojas só terão uma unidade para entregar em março de 2017. Triste resultado: ínfimas 199 vendas em 2016.
JAC T5
Grande esperança de renascimento da JAC no Brasil, o SUV compacto T5 é bonito, confortável e espaçoso, e ainda oferece a central multimídia com a maior tela do segmento (oito polegadas). O erro da SHC, representante oficial da marca chinesa, foi não ter trazido a configuração com câmbio CVT logo de cara — chegou apenas no fim de novembro e fora do Salão do Automóvel. Mesmo vendido ao preço agressivo de R$ 69.990, fecha novembro com apenas 747 emplacamentos — HR-V fez mais de 50 mil, enquanto Renegade colocou mais de 47 mil no mercado.
Ok: o volume de 9.606 unidades em 11 meses não é de todo ruim, mas é preciso contextualizar: o 2008 (a partir de R$ 72.390) é produzido no Brasil e está posicionado num segmento em franca expansão. Desde o lançamento, tem sido ofuscado por Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Chevrolet Tracker e todo novo modelo colocado no mercado. Sequer alcança a meta de 1.000 exemplares vendidos ao mês. Carro por carro, o crossover não deve em nada à concorrência, e até ganha na empolgante configuração 1.6 turboflex de 173 cv (etanol), no visual ousado, no ótimo espaço interno e na eletrônica avançada. A má fama de pós-venda e a demora em oferecer um câmbio automático atualizado certamente falam contra.
Nascido para brigar com o Audi A3 Sedan, o Mercedes-Benz CLA marca presença com sua estilosa carroceria sedã-cupê de quatro portas. Há opções de motorização 1.6 de 156 cv ou 2.0 de 211 cv, sempre sobrealimentadas por turbo. O que faz com que ele tenha vendido somente 584 exemplares em 2016? Além do fato de não ser nacionalizado, algo que acontece com o A3 Sedan, tem a questão do preço: a Mercedes quis vendê-lo como modelo de ultra-luxo, a R$ 156.900, quando é “apenas” uma alternativa aos sedãs médios comuns. É um tiro no próprio pé, que faz Audi e mesmo Toyota, Honda, Chevrolet e Nissan rirem à toa, e que impede mais consumidores de aproveitarem o bom conteúdo e dinâmica do modelo.
Um dos modelos mais tecnológicos à disposição do brasileiro, a oitava geração do Volkswagen Passat também retomou o bom gosto estético. Só que é capaz de você provavelmente não ter visto nenhum na rua até agora: o volume em 2016, até o momento, é de ínfimos 180 emplacamentos. Se traz alguns dos itens mais legais, incluindo assistências semi-autônomas, como opcionais, fica difícil brigar com rivais de marcas premium (e convencer o comprador) a R$ 164.890.
uol
Mas se há muitos bons produtos em oferta, nem todos conseguem o espaço merecido. Há opção do comprador por modelos de melhor revenda (o que é um contrassenso ainda a ser superado na opinião de UOL Carros), bem como estratégia focada em rentabilidade ou mesmo erro de posicionamento cometidos pelas próprias marcas. Tudo faz modelos interessantes derraparem — e até morrerem comercialmente.
UOL Carros cita 10 exemplos que teriam tudo para vender melhor e que ficariam bem em qualquer garagem. Confira:
Carros legais que ninguém compra:
-
Pioneiro entre carro com motor 3-cilindros flex no Brasil (o vice-líder Hyundai HB20, por exemplo, emprestou o motor do Picanto), sofreu como poucos o baque do super-IPI, das cotas de importação impostas pelo Inovar-Auto e pela falta de planejamento local da Kia. Sua participação no segmento de compactos é restrita a 1.755 unidades comercializadas entre janeiro e novembro. Atualmente a versão de entrada sai por R$ 40.990, lembrando que o modelo é bem completo.
-
Chery Celer Hatchback
Tire o bico da cara: o Celer hatch tem um bom pacote para seu segmento: além do ótimo espaço interno, o motor 1.5 flex de 113 cv (etanol) empurra bem. O preço também é bastante atrativo: R$ 34.990 para um ambiente completinho. Faltam rede maior e ação de marketing mais efetiva. Este ano, entre janeiro e novembro, foram apenas 796 unidades.
A Citroën tem nas mãos um dos sedãs médios mais acertados do mercado. Desde a versão mais básica, de R$ 73.590, o C4 Lounge tem motor 1.6 THP turboflex (173 cv com etanol) e ótimo equipamento. Rivais como Civic e Cruze só oferecem a opção em versões a partir de R$ 90 mil, por exemplo. Mas a própria propagandeia mal seu carro e ainda sofre para se livrar do estigma de ser problemática em pós-venda. Resultado: 3.580 exemplares ao longo deste ano — Civic quase vende isso a cada mês, sendo que o Corolla entrega o dobro a cada 30 dias.
Com ou sem marcas japonesas dominando, o Fluence deveria vender melhor, porque é uma boa opção (espaço primoroso, porta-malas interessante, confortável e com bom pacote mecânico), mas também porque é feito na Argentina, com quem o Brasil possui acordo bilateral, que facilita as importações. Fato é que a Renault parece ter desistido de fazer volume: agora o três-volumes só existe por aqui em duas versões, a partir de R$ 95.000 — sendo que o modelo já foi campeão de custo/benefício. Isso ajuda a explicar por que comercializou 3.926 exemplares este ano, ficando longe do topo.
Não teve jeito. A ascensão dos SUVs representou queda vertiginosa de um tipo de veículo bastante cultuado entre especialistas e fãs: as peruas. Por mais que a Volkswagen Golf Variant tenha o trunfo da motorização TSI (agora turboflex na configuração 1.4) e o apelo de, enfim, voltar a ser genuinamente um “Golf”, não conseguiu passar de 924 emplacamentos no período de janeiro a novembro. O preço também complica a história: R$ 104.216 iniciais
Citroën C4 PicassoOutro exemplo inteligente e tecnológico da Citroën, que ainda preza por excelente espaço interno e muito conforto. Aqui, o caso é de problemas de cotas de importação limitadas e estigma da antiga geração, que tinha motor fraco (para o tamanho) e câmbio antiquado. Nada dessa mecânica permanece no modelo novo, mas muitas lojas só terão uma unidade para entregar em março de 2017. Triste resultado: ínfimas 199 vendas em 2016.
JAC T5
Grande esperança de renascimento da JAC no Brasil, o SUV compacto T5 é bonito, confortável e espaçoso, e ainda oferece a central multimídia com a maior tela do segmento (oito polegadas). O erro da SHC, representante oficial da marca chinesa, foi não ter trazido a configuração com câmbio CVT logo de cara — chegou apenas no fim de novembro e fora do Salão do Automóvel. Mesmo vendido ao preço agressivo de R$ 69.990, fecha novembro com apenas 747 emplacamentos — HR-V fez mais de 50 mil, enquanto Renegade colocou mais de 47 mil no mercado.
Ok: o volume de 9.606 unidades em 11 meses não é de todo ruim, mas é preciso contextualizar: o 2008 (a partir de R$ 72.390) é produzido no Brasil e está posicionado num segmento em franca expansão. Desde o lançamento, tem sido ofuscado por Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Chevrolet Tracker e todo novo modelo colocado no mercado. Sequer alcança a meta de 1.000 exemplares vendidos ao mês. Carro por carro, o crossover não deve em nada à concorrência, e até ganha na empolgante configuração 1.6 turboflex de 173 cv (etanol), no visual ousado, no ótimo espaço interno e na eletrônica avançada. A má fama de pós-venda e a demora em oferecer um câmbio automático atualizado certamente falam contra.
Nascido para brigar com o Audi A3 Sedan, o Mercedes-Benz CLA marca presença com sua estilosa carroceria sedã-cupê de quatro portas. Há opções de motorização 1.6 de 156 cv ou 2.0 de 211 cv, sempre sobrealimentadas por turbo. O que faz com que ele tenha vendido somente 584 exemplares em 2016? Além do fato de não ser nacionalizado, algo que acontece com o A3 Sedan, tem a questão do preço: a Mercedes quis vendê-lo como modelo de ultra-luxo, a R$ 156.900, quando é “apenas” uma alternativa aos sedãs médios comuns. É um tiro no próprio pé, que faz Audi e mesmo Toyota, Honda, Chevrolet e Nissan rirem à toa, e que impede mais consumidores de aproveitarem o bom conteúdo e dinâmica do modelo.
Um dos modelos mais tecnológicos à disposição do brasileiro, a oitava geração do Volkswagen Passat também retomou o bom gosto estético. Só que é capaz de você provavelmente não ter visto nenhum na rua até agora: o volume em 2016, até o momento, é de ínfimos 180 emplacamentos. Se traz alguns dos itens mais legais, incluindo assistências semi-autônomas, como opcionais, fica difícil brigar com rivais de marcas premium (e convencer o comprador) a R$ 164.890.
uol