Nesta sexta-feira (28) a Deck lança nos aplicativos de música quatro álbuns fundamentais do notável Henrique Cazes. Essa é a primeira parte do acervo do cavaquinista carioca que a gravadora disponibiliza nas plataformas digitais após anos disponível somente em formatos físicos.
Seguindo a ordem cronológica da carreira de Cazes, o primeiro disco a ser lançado é seu debut solo, “Henrique Cazes” (1988). Lançado originalmente em LP, o álbum foi gravado junto à Escola Moderna do Cavaquinho e contou com a preciosa colaboração de Rafael Rabello em oito faixas. Já o segundo disco é “Tocando Waldir Azevedo”; lançado em 1990 em memória aos dez anos de falecimento do músico responsável por ampliar as possibilidades de solo do cavaquinho. É um disco de recriações de sucessos como “Brasileirinho”, “Pedacinhos do Céu” e “Delicado”, no qual brilham, também, convidados como Paulo Moura, Rildo Hora e Chiquinho do Acordeon.
Avançando uma década, também chega aos aplicativos “Pixinguinha de Bolso” (2000), que já havia sido lançado pela Deck em CD. Arrojado ao transpor a musicalidade do gênio Pixinguinha ao cavaquinho e ao violão de sete cordas de Marcello Gonçalves, o disco se tornou cultuado no meio do choro, rendendo até turnês pela Europa e premiações na França e Japão. E fechando os primeiros lançamentos, há “Música Nova para Cavaquinho” (2019) — o primeiro projeto inteiramente autoral de Henrique e que acompanha songbooks e webclipes disponibilizados no YouTube.
Filho de musicistas, Henrique Cazes estudou informalmente até o fim de sua juventude, quando passou a acompanhar lições como as do húngaro Ian Guest e do maestro, arranjador e pianista italiano Alceu Bocchino. Sua formação além da simples execução instrumental faz com que seus álbuns sirvam como síntese de toda a representação musical do choro, absorvendo um pouco da carga histórica de cada composição e seu contexto. “A coleção das gravações que fiz como solista de cavaquinho, que agora chegam às plataformas digitais, é fruto de um esforço de quatro décadas no sentido de ampliar os horizontes do instrumento. Foram trabalhos produzidos com enorme carinho e que mostram cada passo dado”, pontuou o músico.