Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, dois dos últimos presidentes da CBF, atuaram para organizar a eleição de Juan Napout na Conmebol e, assim, continuar o esquema de corrupção que existia no futebol sul-americano. A informação faz parte de uma carta enviada nesta terça-feira pelos advogados da Fifa para a Justiça norte-americana.
No documento, baseado em depoimentos colhidos durante o julgamento de 2017, os advogados da entidade apontam que Marin montou um “esquema com Juan Angel Napout, Marco Polo del Nero e outros dirigentes sul-americanos para ter Napout eleito presidente da Conmebol, onde Napout poderia melhor dirigir os esquemas de corrupção”.
O paraguaio assumiu a Conmebol em março de 2015, dois meses antes das prisões dos dirigentes esportivos. Seus dois antecessores no cargo seriam indiciados: Nicolás Leoz e Eugênio Figueredo. Napout prometeu transparência e reformas. Mas, em dezembro de 2015, seria a vez dele ser preso. Em 2017, foi condenado por corrupção.
Marin também já foi condenado por corrupção e aguarda para saber sua sentença, em audiência marcada para o dia 22, em Nova York. Del Nero insiste que é inocente. Mas foi indiciado pelo FBI e banido do futebol pela Fifa. Ainda assim, continua mandando no futebol brasileiro, por meio de “cartolas fantoches” que ocupam cargos estratégicos. Nos EUA, Del Nero é suspeito de ter recebido US$ 6,5 milhões em propinas com acordos na CBF e Conmebol.
A informação está em documentos que a Fifa, Conmebol e Concacaf entregaram para pedir a recuperação de pelo menos US$ 120 milhões de José Maria Marin, o ex-presidente da CBF, e outros condenados no esquema de corrupção do futebol. As entidades acusam seus ex-líderes de ter causado um “dano irreparável” a elas.
Como o Estado antecipou, apesar de também ter sido fraudada, a CBF abriu mão de solicitar qualquer tipo de reparação, mesmo que esteja provado que ela foi prejudicada por seus líderes. Procurada, a entidade, que ainda vive sob a influência de dirigentes indiciados, optou por não se pronunciar.
Marin está preso nos EUA. Del Nero foi procurado pela reportagem, mas não atendeu.
R7