Afastado pela Fifa de todas as atividades ligadas ao futebol por 90 dias, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, emitiu nota no início da noite desta sexta-feira (15) negando qualquer envolvimento em atos ilícitos e desafiou “qualquer pessoa, entidade, órgão de imprensa, investigador, nacional ou estrangeiro” a comprovar que ele tenha recebido dinheiro ilegal. O cartola afastado declarou ainda que seus advogados vão solicitar o arquivamento do que chamou de “graciosas especulações investigativas”. O comunicado, de uma página, é dividido em nove itens que refutam todas as acusações que recaem sobre Del Nero. Ele foi denunciando pela Justiça norte-americana e foi citado por delatores como recebedor de propina durante o julgamento dos envolvidos no Caso Fifa, que ocorre em Nova York. “Não estou sendo julgado naquela Corte de Justiça americana, eis que os acusados no processo são os senhores Burga, Napout e Marin, ex-dirigentes de entidades internacionais voltadas ao futebol”, destacou Del Nero. Sem sair do País desde maio de 2015, quando estourou o escândalo da Fifa, Del Nero não pode ser julgado no exterior porque o Brasil não extradita brasileiros. Segundo o cartola, a citação ao seu nome é “natural” pelo fato de ele ter sucedido José Maria Marin no comando da CBF, em 2015. Ele nega, contudo, participação “em contratos celebrados nos anos anteriores”, que são os que motivaram as investigações e denúncias. Marco Polo Del Nero afirma ainda que “não surgiu – mesmo porque nunca existiu – dado concreto e documental de qualquer recebimento de vantagens ilícitas”. Segundo o presidente afastado da CBF, a citação de delatores e réus a seu nome trata-se de “expediente corriqueiro de atribuir a terceiros inocentes a prática de infrações em troca de benesses processuais”. Por fim, Del Nero afirma que não pode “aceitar o enxovalhamento de minha honorabilidade” e manifestou “enfático repúdio a essas leviandades acusatórias”.
Bahia Notícias