Verão, carnaval, paquera, beijos, muitos beijos, pessoas dividindo copos e latas. Com certeza qualquer pessoa pensaria em festa, diversão e praia. O que não está errado. Mas juntamente com tudo isso vem um problema que acomete, ao menos, 95% da população brasileira, segundo dados do Ministério de Saúde e da Fundação Médica Brasileira: o vírus do herpes.
Nessa época do ano – verão –, os raios ultravioletas são mais intensos e a exposição ao sol baixa a imunidade da pele do indivíduo, deixando-o à mercê do vírus herpes humano (HSV), que não tem cura. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma inativa, até que venha a ser reativado.
Caraterizado pelo aparecimento de pequenas bolhas nos lábios e nas genitais, principalmente, mas pode surgir em qualquer parte do corpo, o herpes simples é uma infecção viral altamente contagiosa, que se pega através do contato direto com a ferida do herpes de alguém, seja pelo beijo ou pelo contato íntimo, sexual desprotegido.
A pessoa pode ser contaminada pelo vírus até mesmo na infância e não manifestar logo. Normalmente, os sintomas surgem quando a pessoa está com baixa imunidade. Entre os sinais e sintomas estão: formigamento, prurido, queimação na boca, seguido por formação de bolhas que, quando estouradas, formam feridas. Como o vírus não tem cura, os sintomas são tratados com uso de medicação local e, em caso de recorrência, medicação oral – antiviral.
“Caso apareça algum desses sinais e/ou sintomas é de fundamental importância procurar, o mais breve possível, um dentista ou um dermatologista. Isso porque o quanto mais cedo for identificado e tratado mais rapidamente será possível diminuir o desconforto, além de prolongar o intervalo do aparecimento. Vale ressaltar que uma vez infectado, não tem como curar”, indicou a Dra. Margareth Macedo, dentista especializada em periodontia e com mais de 15 anos de experiência.
Ainda de acordo com a Dra. Margareth Macedo, “é normal sentir coceira e ardência nos locais das lesões, depois surgirem pequenas bolhas agrupadas. As bolhas rompem-se e liberam um líquido rico em vírus e forma uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença, e muito comum no verão. A ferida começa a secar e formar uma crosta. Dura entre de 5 e 10 dias”, explica a dentista, que continua: “O ideal seria evitar beijar qualquer pessoa durante o carnaval ou festa. Isso seria o ideal, mas isso é quase que impossível. Outros cuidados seriam não beber na mesma lata de cerveja ou refrigerante, não compartilhar talheres, escova de dentes. Se a pessoa estiver infectada, e com o vírus em fase ativa, compartilhar qualquer um desses itens citados, ela vai passar o vírus nessas situações”.
A dentista Margareth Macedo aproveita para orientar sobre o que fazer após ser infectado. “É imprescindível procurar o dentista ou um dermatologista. É necessário não furar as bolhas, evitar beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial. Evitar relações sexuais se a localização for genital. Lavar sempre bem as mãos após manipular as feridas, pois o herpes pode ser transmitido para outros locais de seu próprio corpo, especialmente às mucosas oculares, bucal e genital”.
Dra. Margareth Macedo é formado pela UFBa (Universidade Federal da Bahia) e com especialização em periodontia. Têm também atualizações em prótese, cirurgia, estética, endodontia e em tratamento de disfunção temporomandibular e dor oro facial. CROBA: 7811.