O vice-presidente, Hamilton Mourão, fez um agrado ao chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, ao escrever, nas redes sociais, que não há motivos para a aceitação do impeachment do presidente.
“Como Vice-Presidente, afirmo que não há nenhuma motivação para a aceitação de pedido de impeachment do nosso PR @jairbolsonaro, o qual tem trabalhado incansavelmente para superar os desafios que o século XXI impõe ao Brasil”, postou.
O agrado ocorre após uma semana tensa entre Mourão e Bolsonaro. Ao abordar publicamente o desempenho do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o presidente se irritou, negou a intenção de demiti-lo e se referiu ao general da reserva do Exército de “palpiteiro”.
“O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty. […] O que nós menos precisamos é de palpiteiros do tocante a formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros eu que escolho e mais ninguém e ponto final. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2023”, disse ele a apoiadores no Palácio da Alvorada na última quinta-feira.
Mas o episódio que azedou de vez a já tumultuada relação entre os presidente e o vice ocorreu após o site Antagonista ter publicado que o chefe da assessoria parlamentar de Mourão enviou mensagens ao gabinete de um deputado federal falando sobre as articulações em curso no Congresso para um eventual impeachment de Bolsonaro.
O vice, assim que teve conhecimento da notícia, afirmou que o assessor agiu por conta própria e por isso seria demitido. A exoneração de Ricardo Roesch Morato Filho ocorreu no último dia 29.
Ao hastear a bandeira branca, Mourão engrossa o coro daqueles que tentam demover o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de aceitar pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro.
Maia se irritou após o DEM ter desembarcado do bloco de apoio à candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à sucessão da Mesa Diretora, que ocorre hoje.
O presidente da Câmara apoia Rossi, que vem derretendo nas intenções de votos dos colegas. Arhtur Lira (Progressistas-AL), que tem o apoio de Bolsonaro, deve levar a disputa.
R7