O IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores) é uma das contas que estão na lista dos gastos extras da maioria dos brasileiros no início do ano. Os proprietários podem pagar o tributo em um pagamento à vista, em janeiro com desconto de 3%, à vista sem desconto, em fevereiro, ou em até trêz vezes.
Quem possui uma reserva deve optar pelo pagamento à vista, segundo Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão de Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas).
“Com a queda da Selic [taxa básica de juros que está em 4,5% ao ano], se a pessoa optar por investir o dinheiro do pagamento total do IPVA e fazer quitação parcelada, não ganhará nada ou terá poucos rendimentos. Por que correr o risco de assumir outros compromissos e ter dificuldade para pagar depois?”, questiona Teixeira.
Para os donos de veículos que estão com o orçamento apertado, o ideal é optar pelo parcelamento para não precisar entrar no cheque especial, por exemplo.
“Quem não é muito organizado com as finanças e dispuser do dinheiro para o pagamento à vista, faça. Vale a pena pagar logo e não correr o risco de esquecer de agendar a data ou de programar o débito no banco e acabar usando o limite do cheque especial”, orienta o economista.
A educadora financeira Teresa Taya também defende o pagamento à vista como melhor opção. “Se o dono do veículo tem dinheiro disponível, além da reserva de emergência, o pagamento à vista vale a pena. Só não é indicado usar o desconto e ficar sem reserva de emergência”, alerta.
Teresa destaca que é um perigo ficar sem uma reserva de emergência porque qualquer linha de crédito, seja cheque especial ou cartão de crédito, supera os ganhos do desconto concedido.
A educadora financeira também orienta o dono de veículo a refletir sobre suas escolhas.
“Bote na ponta do lápis todos os gastos que o carro gera: IPVA, seguro, combustível, estacionamento, multas, manutenção etc. Está valendo mais a pena do que usar alternativas de transporte? Lembre-se que nos acostumamos a ter ao invés de usufruir.”
Confira o calendário de pagamento.
Calendário IPVA 2020
Arte R7
O IPVA ficará, em média, 3,5% mais barato para os motoristas de São Paulo em 2020, segundo a Secretária da Fazenda do Estado.
A redução no valor do pagamento do imposto leva em conta a queda nos preços de venda dos veículos praticados no varejo, conforme a levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O levantamento identificou maior queda de preços de venda para camionetas e utilitários (-4,17%), automóveis (-3,97%) e ônibus e micro-ônibus (-3,8%). Também registraram queda os preços de venda de caminhões (-2,39%) e das motos (-2,27%), em comparação com 2018.
Apesar de a baixa nos valores dos veículos, as alíquotas do imposto permanecem inalteradas. Os donos de veículos movidos à gasolina e os bicombustíveis pagarão 4% sobre o valor venal do modelo.
Veículos que utilizam exclusivamente álcool, eletricidade ou gás, ainda que combinados entre si, têm alíquota de 3%.
As picapes cabine dupla pagam 4% e utilitários, ônibus, micro-ônibus, motocicletas, motonetas, quadriciclos e similares recolhem 2% sobre o valor venal. Os caminhões pagam 1,5%.
A frota do Estado de São Paulo conta com, aproximadamente, 25,8 milhões de veículos, dos quais 17,5 milhões estão sujeitos ao recolhimento do IPVA. Outros 7,9 milhões estão isentos por terem mais de 20 anos de fabricação.
A Fazenda prevê arrecadar R$ 16,9 bilhões com o IPVA em 2020.
Deste total, descontadas as destinações constitucionais, o valor é repartido 50% para os municípios de registro dos veículos, que devem corresponder ao local de domicílio ou residência dos respectivos proprietários, e os outros 50% para o Estado.
Os recursos do imposto são investidos pelo governo estadual em obras de infraestrutura e melhoria na prestação de serviços públicos como os de saúde e educação.
R7