A pandemia, a retração dos mercados e a consequente queda no número de vôos, meio de transporte fundamental para o turismo em Salvador, vem determinando a manutenção de taxas baixas de ocupação, mesmo entre os poucos hotéis abertos em Salvador.
A taxa média de ocupação em junho foi de 19,06% e a diária média de R$ 202,42, resultando em um Revpar de R$ 38,58, um dos mais baixos de sua história. Comparando com o mês de maio a ocupação foi ligeiramente superior (15,46%) e a diária média inferior (R$ 210,88).
O receio da contaminação, o fechamento de pontos turísticos e a diminuição do número de vôos são reflexos da situação de pandemia que afetam diretamente o turismo e a hotelaria. Nos primeiros cinco meses de 2020, o número de passageiros no aeroporto de Salvador caiu 36%, passando de 3.087.047 de janeiro a maio de 2019 para 1.979.722 de janeiro a maio de 2020, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Em maio de 2020, o número de passageiros em Salvador (32.650) foi simbólico se comparado ao movimento de passageiros do mesmo mês de 2019 (444.247).
Embora dramática essa taxa de ocupação é semelhante à observada em outros destinos da América do Sul, próxima a 14% dentre os hotéis abertos.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia – ABIH-BA, Luciano Lopes, os números revelam o tamanho das dificuldades e poderiam ser ainda piores se fossem computados na média os hotéis abertos e fechados: ocupação de 3,4%. O aumento do número de vôos para Salvador no mês de julho abre a perspectiva de que a demanda poderá vir a melhorar, mas caso a reabertura de quartos de hotéis se dê em número maior do que a chegada de visitantes, a situação pode inclusive piorar.
“Os poucos hotéis abertos têm arcado com prejuízos consideráveis e lutam para equilibrar as contas. A maioria espera é a do reaquecimento dos mercados para voltar a abrir suas portas. Enquanto isso, tanto meios de hospedagem abertos, quanto fechados vem incorporando medidas e protocolos sanitários, com a ajuda da ABIH-BA que tem validado esses protocolos e oferecido capacitações nas 13 zonas turísticas, incentivando a adesão aos Selos Sanitários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, do Ministério do Turismo e da ABIH Nacional”, comenta Luciano Lopes.
Os números aqui divulgados são fruto da Pesquisa Conjuntural de desempenho (Taxinfo), realizada em parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil. A partir do mês de abril a pesquisa considerou uma base nova de hotéis, apenas dentre os abertos. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos próprios hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.