O desmatamento na Amazônia cresceu 189% em dezembro, em comparação ao mesmo mês de 2018, segundo dados do Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real), do Inpe.
O Deter tem a função de auxiliar as ações do Ibama no combate ao desmatamento, mas também pode ser usado para analisar as tendências de desmate. Ou seja, pode-se visualizar se a destruição da floresta está aumentando ou diminuindo. Além disso, os dados do Deter costumam subestimar os dados anuais consolidados de desmate (Prodes).
Segundo os dados do Inpe, o crescimento do desmatamento (sempre em comparação com os mesmos meses de anos anteriores) tem sido constante. Desde maio de 2019, os aumentos têm sido acentuados, com exceção de outubro, que apresentou crescimento menor, de cerca de 5%.
Em julho e agosto foram registrados os maiores aumentos do período, de 278% e 222% respectivamente. Os números de outros meses, mesmo menores, também foram expressivos, com novembro com 104% de crescimento, setembro, 96% e junho com 90%.
Em novembro, foram divulgados os dados anuais de desmatamento, o Prodes, também do Inpe, que conta com maior precisão. Entre agosto de 2018 e julho de 2019 foram devastados 9.762 km² de Amazônia, o maior valor da última década.
O crescimento em relação ao ano anterior (2017/2018) foi de 29,5%, o maior crescimento percentual em mais de 20 anos.
No anúncio dos dados, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que o crescimento ocorreu devido à “economia ilegal” na Amazônia.
Quando questionado sobre o assunto, Salles disse, em entrevista recente à Folha e ao UOL, que o desmatamento ilegal zero não deve ser alcançado e que se o aumento do desmate no próximo ano for menor do que 29,5% “será uma conquista”.
Na última semana, o ministro afirmou, sem apresentar detalhes, que criaria uma Secretaria da Amazônia, em Manaus. Segundo a pasta, a ideia é “materializar a presença do Ministério do Meio Ambiente [MMA] na região”.
Bahia Notícias