As novas regras eleitorais não demoraram a surtir efeito quanto ao financiamento das candidaturas a prefeito de Salvador. Em 2012 não havia teto de gastos, empresas podiam doar, o período de campanha era maior e, por consequência, o valor desembolsado pelos dois candidatos a prefeito mais votados na capital baiana foi aproximadamente 3,5 vezes maior do que em 2016, quando as barreiras para investimentos estavam em vigor. Este ano, ACM Neto (DEM) e Alice Portugal (PCdoB) somaram aproximadamente R$ 11,7 milhões em gastos – sendo R$ 9,9 milhões apenas do atual prefeito. Há quatro anos, quando disputou o segundo turno, o mesmo ACM Neto pagou mais que o dobro. Ele e o seu concorrente mais próximo, Nelson Pellegrino (PT), combinaram um total de R$ 41,5 milhões em gastos na corrida para o Palácio Thomé de Souza. A diferença, no entanto, poderia ser justificada com o pleito de quatro anos atrás ter sido disputado em dois turnos. Porém, os gastos de 2016 passaram muito abaixo dos valores da disputa anterior. Apesar da queda drástica, os números deste ano ultrapassaram o patamar de oito anos atrás, quando as contas eram mais tímidas. João Henrique, então no PMDB, e Walter Pinheiro, ainda no PT, também chegaram ao segundo turno e, somados, investiram R$ 7,4 milhões. Os candidatos a prefeito em Salvador poderiam investir até R$ 14,6 milhões durante o primeiro turno. Nem mesmo o concorrente à reeleição chegou perto da marca, ficando cerca de R$ 4,7 milhões aquém do número máximo. O teto foi estipulado com base no maior valor gasto nas últimas eleições municipais. O limite para 2016 era de 50% desse montante. Como ACM Neto investiu alto há quatro anos, ele mesmo se colocou um limite viável para este ano. No final das contas, mesmo que uma das regras tenha sido pouco útil, já que nenhum dos candidatos se aproximou da cifra, o pacote de medidas para controlar as despesas eleitorais proporcionou um resultado rápido.