Em todo o Brasil, desde julho do ano passado, 213 pessoas já foram contaminadas pelo vírus da febre amarela, 81 morreram. De acordo com o Ministério da Saúde, as vítimas estão concentradas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores, os mosquitos. Os primeiros sintomas aparecem de forma repentina: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e pode causar insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
A vacina assegura 100% de imunização, mas só começa a fazer efeito depois do décimo dia de aplicação. A dose completa, de 0,5ml protege pela vida toda. A dose fracionada, de 0,1ml, garante proteção por 8 anos, de acordo com a OMS, a Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, a vacina contra a febre amarela é produzida pela laboratório BioManguinhos, da Fiocruz. Ela é feita com o próprio vírus da doença de forma atenuada, cultivados em ovos embrionados de galinha. A composição ainda leva sacarose e glutamato de sódio.
A vacina contra a febre amarela é usada desde 1930 e é considerada segura porque a chance de uma pessoa desenvolver uma reação é muito pequena. A vacinação é a medida mais importante para prevenção e controle da doença. Mas é preciso prestar atenção às contraindicações. Algumas pessoas não podem se vacinar.
A vacina é contraindicada para pacientes com imunossupressão grave de qualquer natureza, ou seja, pessoas com o sistema imunológico deprimido. Nesse grupo estão pacientes com câncer ou em tratamento contra a doença, pacientes com infecção pelo HIV com a imunidade baixa, pacientes em uso de drogas que diminuem a imunidade, pacientes transplantados, pacientes com lúpus, gestantes, cardíacos que não estão com a doença controlada, pessoas com falência renal crônica ou em diálise. A vacina também é contraindicada em quem tem alergia severa a ovo e a gelatina bovina.
Crianças também deve ser vacinadas contra a febre amarela. De acordo com a sociedade Brasileira de Pediatria, crianças acima de 9 meses já podem tomar a dose cheia da vacina, de 0,5ml. O uso de doses fracionadas pode ser feito em crianças a partir de 2 anos, desde que não apresentem condições clínicas especiais. Crianças com menos de 9 meses não devem ser vacinadas contra a febre amarela.
Pessoas que estão acima dos 60 anos costumam ter imunidade mais baixa, por isso, ficam mais expostos aos efeitos colaterais da vacina. Antes de se vacinar, o ideal é procurar um médico e fazer uma avaliação clínica e da capacidade funcional do paciente. Deve-se levar em consideração a presença de comorbidades, que são doenças que o paciente já tem ou teve, principalmente diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, cânceres, reumatismo, artrite e HIV/AIDS – que por si só já alteram a função imunológica.
A reação à vacina é extremamente rara, mas pode acontecer em uma a cada 450 mil pessoas imunizadas. Os sintomas podem variar desde dor de cabeça, febre e mal estar até o desenvolvimento da Doença Viscerotrópica Aguda, que é muito parecida com a febre amarela e pode levar à hepatite, insuficiência renal e causar hemorragias. Assim que aparecerem os primeiros sintomas, o paciente deve procurar um médico.
Se você não pode ou ainda não conseguiu se vacinar, o uso de repelentes e inseticidas é a melhor opção para se proteger. Segundo a SBDA (Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses), os repelentes corporais à base de Icaridina, os repelentes de ambiente à base de esbiotrina e transflutrina e os inseticidas, com ativos como cipermetrina, imiprotrina e transflutrina, funcionam melhor nesse sentido.
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