Este ano, o calor intenso chegou em meados de novembro, antes da abertura oficial do verão, levando os termômetros no Brasil a marcar uma temperatura média de 40º. Com o risco das altas temperaturas, é necessário investir nos cuidados com a saúde, incluindo a da pele e a campanha Dezembro Laranja reforça essas orientações e chama a atenção da população sobre a importância de prevenir o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, a cada ano são registrados no país cerca de 185 mil novos casos de câncer não melanoma, o mais comum no Brasil, responsável por 33% dos diagnósticos. Thiago Kaique Nunes, oncologista clínico do Hospital Mater Dei Salvador, lembra que a melhor forma de se prevenir da doença é evitando a exposição solar inadequada e manter os cuidados com a pele quando houver essa exposição. A exposição à radiação ultravioleta, assim como história pessoal ou familiar deste câncer; pessoas de pele clara e suscetíveis a queimaduras solares; pessoas albinas ou com vitiligo e uso de medicamentos que podem comprometer a imunidade são os principais grupos de risco para o surgimento do tumor. “Uma informação relevante é que há cada vez mais jovens pacientes com câncer de pele, principalmente devido à exposição solar inadequada ou histórico familiar”, explica. Assim, o ideal é evitar a exposição solar, especialmente nos horários em que os raios solares são mais intensos, entre 10h e 16h. Uso do protetor solar O verão de 2024 promete ser de temperaturas acima da média, conforme têm alertado os especialistas. Segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Salvador deve apresentar temperaturas acima dos 33° durante os meses de verão, valor superior ao histórico registrado para a cidade para esta época, cuja média geralmente é por volta dos 31°, nos meses de janeiro e fevereiro. O oncologista Thiago Nunes alerta para a necessidade de redobrar os cuidados durante a estação mais quente do ano. Uma das medidas de proteção mais comum e reforçada é o uso do protetor solar, que deve ter fator de proteção igual ou superior a 30. “É recomendável evitar a exposição solar nos horários mais intensos, além do uso do filtro solar, protetor labial e, sempre que necessário, utilizar óculos de sol com proteção UV, roupas que protegem o corpo, chapéus de aba largas, sombrinhas e guarda-sol”, orienta. Ele reforça ainda que as medidas de proteção devem ser tomadas, inclusive, em dias nublados. Ainda entre as ações preventivas, o médico alerta que é importante manter uma dieta saudável, manter o corpo sempre hidratado, parar de fumar e evitar o uso de câmaras de bronzeamento artificial. Também é necessário observar regularmente a própria pele. “As pessoas que possuem tatuagem devem ter maior atenção com a pele, pois elas podem esconder lesões provocadas pela exposição solar. Os filtros ‘à prova d’água’ devem ser reaplicados sempre que necessário e, para manter a hidratação, recomenda-se a ingestão entre 2 e 3 litros de água por dia, ou mais em casos de dias mais quentes ou com prática de exercícios físicos”, alerta. O ideal é buscar orientação médica quando surgirem sinais como: lesões na pele com aparência elevada e brilhante, podendo apresentar coloração avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, e que sangra facilmente. Lesões de pele que apresentam cor (pigmento) que são Assimétricas, possuem Bordas irregulares, mais de uma Cor, Diâmetro maior que 6mm (regra do ABCD) e modificaram/cresceram também devem ser acompanhadas. Tipos de câncer e tratamentos Existem três tipos principais de câncer de pele. O carcinoma basocelular (CBC) é o mais comum e o menos agressivo e se apresenta como lesões que se assemelham a feridas que não cicatrizam ou até, mesmo, nódulos com uma evolução lenta. Geralmente, esses tumores surgem em áreas frequentemente expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Também comum, o carcinoma espinocelular (CEC) aparece em áreas expostas ao sol e, em alguns casos, está associado a feridas crônicas e cicatrizes na pele. Esses carcinomas geralmente apresentam coloração avermelhada e se manifestam na forma de machucados ou feridas persistentes, que podem ocasionalmente sangrar. Já o melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele, pode surgir em qualquer parte do corpo, manifestando-se como manchas, pintas ou sinais de tons acastanhados ou enegrecidos, com formato irregular e propensos a sangramentos. Essas lesões podem ocorrer em áreas de difícil visualização pelo paciente, sendo mais comuns nas pernas das mulheres e no tronco dos homens. “Apesar de ser mais agressivo, esse é um tipo menos comum da doença, registrando 8,4 mil casos no Brasil ao ano. Vale lembrar que os cânceres do tipo melanoma têm sua causa, muitas vezes, ligada ao fator genético, não sendo incomum o seu desenvolvimento em mais de um membro da mesma família”, afirma Thiago Nunes. O tratamento do câncer de pele varia de acordo com o tipo, extensão, agressividade, localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas incluem a cirurgia excisional, cirurgia a laser e a Cirurgia Micrográfica de Mohs, na qual o cirurgião retira o tumor e analisa o material ao microscópio, preservando boa parte dos tecidos saudáveis. Além das abordagens cirúrgicas, a radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicamentos orais e tópicos são opções adicionais de tratamento. Se não diagnosticados e tratados corretamente os Carcinomas espinocelulares e os melanomas podem se desenvolver e gerar metástases (acometimento de outro órgão), podendo ser fatal. |
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