Pelo oitavo ano consecutivo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia estará promovendo o Dezembro Laranja, que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Para tanto, diversas ações estão sendo programadas visando a conscientização e a prevenção contra a doença, como a veiculação de vídeos sobre a temática, materiais gráficos e ações em hospitais.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que tenhamos, entre 2020 e 2022, mais de 185 mil casos de câncer de pele melanoma e não-melanoma no Brasil. Desse total, mais de 8 mil casos serão na Bahia, e mais de 800 em Salvador.
Para a dermatologista Ana Lísia Giudice, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional Bahia (SBD/BA), a campanha é essencial, pois informa a população sobre as principais formas de prevenção e reforça a necessidade de se procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento da doença.
Isso porque o câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.
“Com a chegada do mês de dezembro, ressaltamos a importância da prevenção contra o câncer de pele, além dos cuidados que as pessoas já estão tomando contra a Covid-19, para que seja um verão com muita proteção e tranquilidade”, afirma.
Tipos:
O câncer de pele ocorre quando as células se multiplicam sem controle e pode ser classificado de duas formas: câncer de pele melanoma (quando tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos) e câncer de pele não melanoma (que é mais frequente no Brasil, sendo responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados no País).
“O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras, sendo causado principalmente pela exposição excessiva ao sol”, explica a dermatologista.
Por sua vez, os principais sintomas do câncer de pele são as manchas ou caroços geralmente assintomáticos mais que podem coçar , descamar , ferir com facilidade e sangrar, além de sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor e feridas que não cicatrizam em quatro semanas. “O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, aponta a especialista.
Riscos
De modo geral, qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas aquelas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamento com imunossupressores são pessoas mais sensíveis ao sol.
“Os tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco, principalmente, à exposição aos raios ultravioletas do sol. Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis ao câncer de pele não-melanoma. Outro fator é a exposição à radiação artificial.”, ressalta a Dra. Ana Lísia.
Por isso, a dermatologista destaca que é necessário adotar uma relação saudável com o sol. “Não é uma questão de proibição, mas sim, de uma exposição com segurança. É importante estabelecer essa relação saudável, reduzindo o tempo de exposição, utilizando o protetor de forma adequada e reaplicando quando necessário. São medidas importantes para aproveitar esse período do verão com segurança”, afirma.
A especialista destaca ainda que o câncer de pele pode não estar relacionado à exposição solar, principalmente em fototipos mais altos. “Daí a importância do autoexame, incluindo mãos e pés, e visitas regulares ao especialista para ter a pele examinada por um dermatologista filiado à SBD”, aponta.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença deve ser feito pelo dermatologista através de exame clínico. A “Dermatoscopia” também ajuda no diagnóstico. O método consiste em usar um aparelho que permite visualizar camadas da pele não vistas a olho nu e com isso avaliar presença de critérios específicos do câncer de pele. Em seguida é realizado a biópsia cutânea para confirmação do diagnóstico.
“A identificação do câncer de pele em fase inicial ou ainda de lesões pré-malignas possibilita melhores resultados em seu tratamento, com maiores chances de cura e menores sequelas cirúrgicas”, afirma a presidente da SBD-Bahia.
Para as pessoas com alto risco para melanoma, como as que possuem histórico familiar para a doença, a recomendação é que elas sejam periodicamente examinadas por um médico dermatologista.