Os avanços da medicina e o surgimento de novos métodos de tratamento têm aumentado a expectativa de vida das pessoas com Síndrome de Down. É cada vez mais comum ver indivíduos com essa condição genética alcançarem a terceira idade. Entre as características recorrentes nas pessoas com Trissomia do Cromossomo 21 estão a hipotonia muscular e a frouxidão nos ligamentos dos membros, que causam diminuição da força, fraqueza muscular e atrasos no desenvolvimento motor. A fisioterapia, profissão celebrada neste dia 13 de outubro, tem um papel fundamental no tratamento desses sintomas, e colabora para uma melhor qualidade de vida desse grupo.
De acordo com Mary Makhoul, fisioterapeuta e coordenadora de Prevenção e Saúde da Federação das Apaes do Estado da Bahia (Feapaes-BA), é comum que logo na infância esses problemas sejam tratados. “O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e médico”, afirma. No entanto, a profissional alerta que esses cuidados precisam continuar durante a vida adulta, pois a hipotonia muscular e a frouxidão ligamentar estarão sempre presentes na vida desses indivíduos. “O acompanhamento da fisioterapia é imprescindível na vida da pessoa com Síndrome de Down, devido a sua tendência à obesidade, o surgimento da apneia do sono, disfunções na coluna cervical e o aumento da fraqueza dos músculos”, explica Mary.
Entre as práticas importantes no cuidado da saúde do adulto e do idoso com Síndrome de Down, Mary aponta a boa alimentação, a higiene do sono e as atividades físicas como essenciais no cotidiano. “O desenvolvimento da autonomia nas tarefas de vida diária, o autocuidado, a socialização, e a inclusão social e econômica também são fundamentais”, conta a fisioterapeuta.
Mary Makhoul ainda é diretora da Apae de Feira de Santana. A instituição possui uma equipe multiprofissional que atua de forma interdisciplinar no tratamento de pessoas com Síndrome de Down. “O acompanhamento se dá a partir de um plano terapêutico elaborado pela equipe, que é e baseado na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), ferramenta da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse plano é individualizado e evoluído de acordo com os resultados alcançados”, conta. Segundo Mary, a reabilitação tem como objetivo auxiliar a aquisição dos marcos motores, psicológicos e socioafetivos. “Espera-se que o cuidado integral com a saúde da pessoa com Síndrome de Down tenha como resultado final a manutenção da sua saúde física e mental, bem como o desenvolvimento da sua autonomia e inclusão social, e que em última análise se concretize em uma vida plena”, finaliza.
Para Narciso Batista, presidente da Feapaes-BA, o tratamento e a inclusão social são importantes para a longevidade das pessoas com essa condição genética. “O aumento da expectativa de vida desse grupo é uma grande vitória para nós. Nesta data comemorativa, parabenizo os profissionais de fisioterapia que colaboram para uma maior qualidade de vida desses indivíduos”, declara.