Especialistas alertam para problemas mais comuns entre eles e cuidados necessários
Cuidar da saúde também é coisa de homem. Mas dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a ala masculina não pensa dessa forma. Segundo o Instituto, elas (78%) vão mais ao médico do que eles (63,9%). Além disso, de acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Saúde do homem, 50% dos marmanjos só procuram tratamento quando algum sintoma atrapalha a rotina ou, pior, quando estão com uma doença em estágio avançado.
No próximo dia 15 de julho, se comemora o Dia do Homem, e a data juntamente com essa realidade descortinada pelos dados citados, chamam atenção para a importância de se preservar a saúde masculina. O médico urologista e professor da UNIFACS, Nilo Jorge, destaca cuidados que devem ser observados pelos homens. “Uma boa dieta combinada à pratica de exercícios são fundamentais para manter uma vida saudável”.
Assim, apostar numa alimentação rica em frutas, verduras e opções nutritivas à mesa deve fazer parte da rotina. Exercitar-se regularmente para combater o sedentarismo também. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos em ritmo intenso por semana em pelo menos 3 sessões, somados a 2 treinos de fortalecimento muscular.
Rotina de cuidados – Alimentação adequada, atividade física e uma boa rotina de sono ajudam a minimizar diversos fatores de risco mais comuns entre eles como obesidade e hipertensão. Além disso, ir ao médico com mais frequência é fundamental para a preservação do bem-estar masculino, o que ajuda a prevenir ou identificar precocemente problemas de saúde.
O cardiologista e professor da UNIFACS, Marcos Barros, afirma que, entre os procedimentos que devem ser feitos regularmente pelos homens, estão aferição de peso e pressão arterial, exame físico completo, análises clínicas para rastreamento de diabetes, colesterol ou triglicérides elevados, além de exames de fezes e urina. Além disso, o autoexame dos testículos, para verificar qualquer anormalidade como caroços ou alterações de tamanho, pode ser feito em casa, regularmente.
“Sintomas habitualmente subestimados como tosse persistente, cefaleias, azia ou desconfortos durante esforços, a exemplo de dor e tonturas, também devem ser investigados, pois eles podem ser sinais precoces de doenças graves e tratáveis”, alerta o cardiologista. Outro cuidado está relacionado à atualização da carteira vacinal, para evitar determinadas doenças, e a realização de sexo seguro. O uso do preservativo afasta o aparecimento das chamadas ISTs – infecções sexualmente transmissíveis como gonorreia, clamídia, herpes, sífilis, HPV e HIV.
Toque de saúde – O professor Nilo Jorge alerta ainda para o câncer de próstata, o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil. Só em 2018 foram estimados pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) 68.200 novos casos. “O câncer de próstata acomete 1 em cada 8 homens e o Brasil terá, pelo menos, 600 mil novos casos nos próximos 10 anos”, informa.
Segundo o médico, o diagnóstico precoce permite o tratamento e a cura na maioria dos casos. Para isso, é necessário comparecer ao urologista anualmente a partir dos 50 anos. No caso de homens negros ou com histórico familiar de câncer, essa visita deve acontecer a partir dos 45.
Dois exames se destacam no combate ao câncer de próstata: o PSA e o toque retal. O primeiro é realizado a partir de um exame de sangue comum e avalia a quantidade do hormônio PSA, que tem como resultados normais valores menores do que 4 ng/ml. Valores superiores podem indicar problemas como inflamação da próstata ou câncer.
Já o segundo, que costuma provocar resistência sem fundamento entre o público masculino, é realizado no consultório pelo urologista, que apalpa a próstata para verificar se existe aumento no tamanho ou enrijecimento dessa glândula.
E o coração? – Segundo Marcos Barros, quando comparados às mulheres, os homens apresentam maior prevalência de doenças cardiovasculares. “Aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e morte súbita são condições que acometem mais eles do que elas, o que torna a detecção e o controle dos fatores de risco fundamentais”, observa o professor. Ele chama atenção para o fato de que muitos homens com esse perfil não têm seu diagnóstico por não procurarem a assistência à saúde.
Outro alerta vai para o consumo de álcool e o tabagismo, que, somados à hipertensão e à obesidade, costumam ser fatores de risco comuns para o desenvolvimento de doenças entre eles. Por isso, procurar ajuda médica, fazer exames regularmente, ter atenção com os sinais do próprio corpo, cuidar das refeições e suar a camisa, além de formar um combo especial para a saúde masculina, agregam mais qualidade de vida.