Dia 30 de março traz um alerta para combater estigmas sociais sobre a doença. Especialista esclarece informações, como identificar os primeiros sinais da bipolaridade e tratamentos
Nesta quarta-feira (30), é o Dia Mundial do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). A data traz um alerta sobre a doença, que atinge 140 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data foi criada em homenagem ao aniversário do pintor Vincent Van Gogh, diagnosticado como possível portador do transtorno. A bipolaridade, trata-se de uma doença mental crônica, caracterizada pela recorrência de episódios de mania ou hipomania e depressão, não tendo uma causa conhecida para a sua origem. Especialista alerta que o atraso do diagnóstico pode levar em média 10 anos, o que causa grandes deficiências, redução da expectativa de vida e altas taxas de mortalidade, mas caso seja descoberto previamente e tratado corretamente, a pessoa pode ter uma vida saudável e plena.
As manifestações clínicas do transtorno, normalmente aparecem no final da adolescência e início da fase adulta. Elas podem ser confundidas como algo normal do temperamento do indivíduo e, a partir de então, este comportamento passa a ser desassistido. Por isso, para identificar os primeiros sinais de alerta e procurar ajuda profissional, o psiquiatra, Lúcio Botelho, destaca alguns sintomas da mania ou hipomania e ressalta que estes sinais precisam estar presentes a maior parte dos dias e trazer prejuízos importantes para a pessoa.
“O aumento de energia, pensamento acelerado, fala rápida e incessante, pressão para falar, diminuição da necessidade de sono, ego insuflado e ideias de grandeza, impulsividade, gastos desnecessários e hipersexualidade, são algumas das características. A pessoa também pode apresentar alegre, jocoso, inconveniente, desinibido ou pode ser irritado, impaciente, intolerante e agressivo”, salienta o especialista da OMNI – Centro de Terapias Biológicas, em Salvador.
Hoje, existem opções de tratamentos terapêuticos, que são direcionados conforme o grau e evolução do transtorno bipolar, podendo ser desde tratamento com fármacos (remédios), que contribuem tirar das crises e estabilizar o humor, por exemplo, como também os tratamentos psicoterapêuticos, a citar a terapia cognitivo-comportamental. O Dr. Lúcio explica que para os casos mais resistentes aos tratamentos convencionais, há um aparato terapêutico a partir da neuroestimulação, como a Eletroconvulsoterapia (ECT), a Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr) e terapia com infusão de cetamina, que são seguros e contam com excelentes resultados.
“A ECT como representante da Neuroestimulação é um tratamento seguro, com mecanismos de ação complexos e é altamente eficaz na abordagem da depressão bipolar e unipolar. Para pacientes em mania “euforia”, a ECT está reservada para casos graves com agitação psicomotora, agressividade dirigida a si ou a terceiros, já que os medicamentos antimaníacos (é assim mesmo que se dominada o tratamento para fase de elevação patológica do humor, MANIA) tem eficácia próxima a da ECT” esclarece o especialista.
Ele ainda ressalta, que a Neuroestimulação com a ECT é tratamento de escolha para depressão grave, com sintomas psicóticos e/ou risco de suicídio. Ele afirma ser um tratamento eficaz, seguro e reconhecido na medicina psiquiátrica e aprovado pelo Conselho Federal de Medicina para uso no Brasil. “Me sinto um privilegiado por ter em mãos um arsenal terapêutico tão completo para ajudar aqueles em sofrimento. Na OMNI, o indivíduo é visto como um todo e não apenas como uma mente adoecida”, descreve o psiquiatra, Botelho.