Conservação inadequada dos medicamentos e falta de controle nos horários de ingestão podem agravar doença
O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente 16,8 milhões de brasileiros, entre 20 e 79 anos, têm a doença. Projeções do último Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), de 2021, mostram que a estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões de brasileiros. Segundo a instituição, nos últimos dez anos, houve um aumento de 26,61% no número de pacientes diabéticos no país.
Caracterizada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, o diabetes pode elevar as taxas de glicemia, causando inflamações nos vasos sanguíneos do corpo e problemas em órgãos nobres, como o coração e os rins. A endocrinologista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Luiza Esteves, esclarece que as duas principais formas de manifestação da doença são os tipos 1 e 2. “O tipo 1 se manifesta geralmente na infância ou adolescência, e, em casos raros, pode ser diagnosticado em adultos também. Ela é sempre tratada com insulina e medicamentos para ajudar a controlar os níveis sanguíneos de glicose. Já o tipo 2 ocorre em adultos de meia idade e idosos e está associado a hábitos alimentares ruins ao longo da vida, o que resulta em resistência à insulina e deficiência em sua secreção. Geralmente é tratado com medicamentos orais ou também com insulina”, explica a médica.
Com um impacto significativo na saúde e no bem-estar das pessoas, medidas preventivas e de controle desempenham um papel essencial na redução e prevenção das complicações do diabetes. A endocrinologista destaca que, comparando com o passado, os avanços médicos têm proporcionado uma melhor qualidade de vida para os pacientes diabéticos. “No decorrer dos anos, o tratamento e a gestão da doença deram passos expressivos. Hoje, temos tratamentos mais modernos, que estão cada vez mais avançados e são aliados à tecnologia. Com isso, conseguimos não só melhorar o controle da glicemia, mas também obter benefícios na proteção cardiovascular e até mesmo na perda de peso”, conta.
Tratamento
O diabetes requer cuidados contínuos e um tratamento adequado. Além das mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta saudável e praticar exercícios físicos regularmente, o tratamento medicamentoso desempenha um papel fundamental no controle dessa condição. O farmacêutico da Prati-Donaduzzi, Danilo Pinheiro Stahelin, aponta para a importância de seguir corretamente as orientações médicas quanto à administração dos medicamentos para diabetes, com atenção especial aos horários corretos. “Às vezes, as pessoas esquecem de tomar conforme as instruções do médico e, caso isso ocorra com frequência, pode haver uma piora significativa no controle glicêmico”, alerta o farmacêutico. “Sendo assim, a recomendação é consultar o seu médico e discutir a melhor ação a ser tomada nessa situação, como mudar horários ou até mesmo o tipo da medicação”, complementa.
Além disso, a conservação adequada dos medicamentos para diabetes é fundamental para o sucesso do tratamento. Esses medicamentos desempenham um papel muito importante no controle dos níveis de glicose e na prevenção de complicações associadas à doença. O farmacêutico reforça que as formas adequadas de conservar os medicamentos estão em destaque nas bulas. “Quanto aos medicamentos destinados ao diabetes, alguns são termolábeis, como as insulinas, que devem ser mantidas em geladeiras, em temperatura de 2º a 8º graus, distante do congelador. Outros, como a metformina, por serem comprimidos, devem ser armazenados em temperatura ambiente, entre 15º e 30ºC, longe de sol e umidade.”
Os especialistas reforçam que com conscientização sobre a necessidade de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado, o diabetes pode ser controlado. “Quando o diabetes é diagnosticado, o tratamento deve ser iniciado de imediato e regular. É fundamental aderir ao tratamento medicamentoso, e claro, ter uma equipe ou um profissional médico de confiança, além de procurar informações sobre a doença”, conclui a endocrinologista.