O baixo desempenho nas vendas foi citado por um quarto (26%) dos empresários da micro e pequena indústria como a principal dificuldade para os negócios em 2018.
De acordo com os dados do indicador encomendado pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria) ao Instituto Datafolha, a falta de crédito, poucos recursos para tocar a empresa e o baixo capital de giro representaram 17% das respostas.
As citações sobre a dificuldade com a concorrência no mercado, por sua vez, caíram de 16% para 10% na passagem de 2017 para 2018, segundo o Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo.
Outros 10% mencionaram que os impostos e os encargos sociais foram as principais dificuldades para desempenhar suas atividades no ano passado.
Apesar de manifestarem dificuldades com os negócios, a expectativa da situação da empresa e do Brasil para os próximos meses atingiram o melhor desempenho desde março de 2013, mês em que a pesquisa foi iniciada.
Para 65% dos empresários da micro e pequena indústria, a situação da empresa “vai melhorar” nos próximos meses, enquanto 2% afirmam que a situação “vai piorar”.
Sobre a expectativa da situação econômica do país, 78% dos micro e pequenos industriais se apresentam otimistas. O presidente do Simpi, Joseph Couri, avalia que o alto grau de otimismo deve ser transformado em medidas que promovam a volta do crescimento econômico.
“Até o último trimestre de 2018 as dificuldades são as mesmas e a categoria aguarda iniciativas que fortaleçam o mercado interno e a melhora no ambiente de negócios”, afirma Couri.
Fraudes
Muitas vezes sem estrutura adequada e com falta de recursos suficientes, as micro e pequenas empresas se tornam alvos estratégicos das tentativas de fraude.
Dados de um levantamento realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostram que o recebimento de cheques falsificados ou roubados (33%) e as transações feitas com cartões de créditos clonados (25%) foram os tipos de fraudes mais sofridos por micro e pequenos empresários ao longo de 2018.
Ao todo, o levantamento aponta que 11% das micro e pequenas empresas brasileiras registraram algum tipo de prejuízo financeiro no último ano em virtude de golpes praticados por estelionatários.
As compras com utilização de RG, CPF ou CNH de terceiros (10%), uso de documentos falsificados (10%) e compras realizadas mediante cartão de débito clonado (8%) completam o ranking dos principais golpes.
A superintendente de produtos e operações do SPC Brasil, Nival Martins, observa que os transtornos ocasionados por estelionatários podem comprometer a saúde financeira das empresas que caem nesses golpes.
Martins orienta que para evitar a ação de estelionatários é importante que o empresário tome cuidados básicos, como a checagem de todos que tentam realizar pagamentos com cartão ou cheque. “Se após toda essa checagem o comerciante não se sentir seguro com as informações fornecidas, o recomendável é que ele aceite apenas o pagamento a vista, uma vez que há riscos na tomada do crédito”, orienta Martins.
R7