No dia 20 de maio é celebrado o Dia Mundial da Doença de Behçet. A Doença de Behçet faz parte do grupo das vasculites sistêmicas, doenças raras e crônicas que afetam, primariamente, os vasos sanguíneos gerando inflamação. As vasculites sistêmicas são doenças autoimunes e são diagnosticadas e tratadas pelo médico reumatologista. Em geral, a doença ocorre mais em adultos jovens, sendo a idade de início entre 20-35 anos. Esta doença acomete igualmente homens e mulheres, mas é geralmente mais grave no sexo masculino.
A Doença de Behçet é a vasculite sistêmica mais comum em nosso meio e é caracterizada por aftas orais de repetição e inflamações em diversos locais do corpo como olhos, pele, articulações e órgãos internos. São consideradas aftas orais de repetição, quando o quadro acontece mais de três vezes em um ano.
Os sintomas da Doença de Behçet variam de pessoa para pessoa. Alguns pacientes podem experimentar apenas aftas orais, enquanto outros podem apresentar também lesões genitais uveítes (inflamação nos olhos), dor nas articulações, quadro cutâneo com lesões acneiformes e eritema nodoso, além de poder se apresentar com tromboses. “A gravidade dos sintomas também pode variar, desde manifestações leves mucocutâneas até quadros mais graves”, explica Ana Luísa Pedreira, reumatologista e coordenadora do Ambulatório de Reumatologia da Escola Bahiana de Medicina.
Causas e Diagnóstico
A causa exata da Doença de Behçet ainda é desconhecida. No entanto, acredita-se que a condição esteja relacionada a um desequilíbrio no sistema imunológico, o que causa uma resposta inflamatória em todo o corpo. Essa doença é autoimune e é mais comum em algumas partes do mundo.
“A análise da distribuição da Doença de Behçet evidencia sua associação geográfica e sugere a hipótese de fatores ambientais e genéticos envolvidos na sua etiologia e patogênese, sendo crucial o desenvolvimento de pesquisas e avanços para o tratamento adequado”, analisa a reumatologista.
“Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar o agravamento da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente”, elucida Ana Luisa.
O diagnóstico da Doença de Behçet é feito por meio da história clínica de aftas de repetição e demais sintomas, além de testes laboratoriais que evidenciam a inflamação. O tratamento geralmente envolve medicamentos para controlar a inflamação com uso de imunossupressores..
Sintomas e tratamento
Embora a Doença de Behçet seja rara, ela é a vasculite mais comum em nosso meio. A depender do tipo de acometimento, Behçet pode gerar sequelas e se tornar incapacitante para seus pacientes.
Aqueles com a condição devem trabalhar em conjunto com seus médicos para desenvolver um plano de tratamento eficaz e gerenciar os sintomas ao longo do tempo.
“Apesar da falta de uma cura conhecida, os tratamentos estão disponíveis, permitindo que os pacientes façam o gerenciamento eficaz de seus sintomas para melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a conscientização é fundamental para Ana Luísa Pedreira.