A oftalmologista Fernanda Fernandes explica que na maioria dos casos existe mais de uma causa e saber identificá-las é essencial para controlar o problema
A síndrome do olho seco é uma doença crônica e silenciosa que afeta de 13% a 24% da população brasileira. Ela acontece quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou quando as lágrimas produzidas não têm a qualidade necessária para manter os olhos lubrificados. Os principais sintomas dessa condição são vermelhidão, ardor, lacrimejamento , coceira, sensação de cisco no olho, dor e visão embaçada.
De acordo com a médica oftalmologista Fernanda Fernandes, que é especialista em miopia, lentes de contato, córnea e doenças externas, a persistência dos sintomas pode incapacitar atividades do cotidiano e ser um alerta para um problema mais sério, por isso, identificar as causas e contar com acompanhamento é fundamental.
“Diversas situações podem provocar a síndrome do olho seco, desde fatores externos, como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos e ambientes com ar-condicionado, até alterações hormonais, poucas horas de sono e uso de alguns medicamentos. Era uma doença mais associada ao envelhecimento, no entanto, com o uso excessivo de telas por pessoas de todas as idades, essa condição é cada vez mais comum entre os jovens”, destaca.
Por ser um problema diretamente ligado ao estilo de vida, a médica conta que a síndrome alterna períodos de melhora e de piora dos sintomas. Por isso, o tratamento do olho seco é individualizado de acordo com o tipo e a gravidade de cada caso. “Parte do diagnóstico envolve compreender quais são os fatores que agravam o olho seco, com base nos hábitos do paciente, e fazer o tratamento adequado para repor a lubrificação”, explica.
Embora seja necessário o uso de colírio lubrificante para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do indivíduo, a médica alerta para os riscos da automedicação. Segundo ela, os colírios lubrificantes são diferentes em sua composição e, por isso, tratam diferentes tipos e intensidades de olho seco.
“Quando há a síndrome do olho seco, é preciso identificar qual o tipo e as possíveis causas para realizar um tratamento individualizado para cada caso. O uso de colírios errados pode piorar o quadro e o ressecamento prolongado da córnea pode levar a lesões com piora da visão e da qualidade de vida”, alerta.
Sobre Fernanda Fernandes
A médica Fernanda Fernandes é graduada em medicina pela Universidade Federal da Bahia, com Residência em Oftalmologia no Hospital das Clínicas (BA), onde fez Fellowship em Córnea e Doenças externas. Atua na oftalmologia geral com foco no tratamento de miopia, lentes de contato, córnea e doenças externas.