A autoestima é o resultado da autoavaliação dos próprios méritos e deméritos. As pessoas que têm boa autoestima são aquelas que se avaliam de uma forma positiva. As pessoas que têm baixa autoestima são aquelas que se avaliam de uma forma neutra ou negativa.
Dois ingredientes da autoestima
Roy F. Baumeister, professor de psicologia da Universidade Estadual da Flórida, publicou um livro muito interessante sobre a autoestima (Veja citação na Nota , no final deste artigo). Neste livro, Baumeister afirma que a autoestima é composta por dois tipos de ingredientes: o disposicional e o situacional.
Ingrediente disposicional da baixa autoestima
Quando uma pessoa tem sucesso nas principais áreas da sua vida e, mesmo assim, está insatisfeita consigo mesma, é provável que ela esteja com baixa autoestima causada pelo ingrediente “disposicional”. Este ingrediente é formado pelos acontecimentos que ocorreram em outras épocas da vida, geralmente durante a infância, e têm raízes profundas. Quem tem problemas disposicionais de autoestima geralmente são aquelas pessoas que foram criadas por pais exigentes, que eram insatisfeitos com eles próprios, que eram ágeis para criticar e lentos para elogiar e que nunca estavam totalmente satisfeitos com aquilo que seus filhos faziam. Este conjunto de condições pode produzir problemas crônicos de autoestima. Este tipo de problema é muito arraigado e difícil de ser combatido. O seu tratamento exige um bom tempo de terapia.
Quando a baixa autoestima tem esse tipo de causa, a insatisfação que a pessoa sente não tem um foco definido – ela é difusa: a pessoa não sabe dizer qual é o motivo da sua insatisfação consigo própria. Todos os motivos que ela cita não parecem ser suficientes, nem para ela própria nem para quem a está ouvindo, para explicar a sua insatisfação. Os seus sucessos em diversas áreas de sua vida só produzem alguma satisfação por pouco tempo. Logo reaparece a insatisfação.
Ingredientes situacionais da baixa autoestima
Quando o nosso desempenho produz maus resultados em áreas importantes da nossa vida, é razoável que fiquemos temporariamente insatisfeitos com nós mesmos e que tenhamos a nossa autoconfiança abalada. Esta insatisfação e diminuição da autoconfiança são desconfortáveis. Esta insatisfação e desconforto, se bem canalizados, podem contribuir para aumentar a nossa motivação, melhorar o nosso desempenho e, assim, contribuírem para a superação dos obstáculos que estão sendo enfrentados. Por outro lado, quando o desconforto causado pela baixa da autoestima é mal canalizado, a pessoa perde a confiança em si mesma e passa a ter cada vez piores resultados e, assim, acaba entrando em uma espiral descendente.
Segundo Baumeister, o sucesso ou fracasso nas seguintes áreas geralmente afetam a autoestima da maioria das pessoas:
– Aparência física. Quem está insatisfeito com o próprio corpo pode sofrer um rebaixamento da autoestima. No entanto, muita gente que tem uma ótima aparência continua insatisfeita consigo mesma. Estas pessoas se apegam a detalhes (por exemplo, se torturam por pequenas estrias ou por um quadril ligeiramente mais volumoso do que o médio). Neste caso, trata-se de uma distorção da autoavaliação.
– Relacionamento social. Aquelas pessoas que mantêm bons relacionamentos sociais geralmente têm autoestima mais alto do que as pessoas não têm bons relacionamentos sociais.
– Personalidade. Vários traços de personalidade estão relacionados com a autoestima. Por exemplo, as pessoas que são otimistas geralmente têm uma autoestima melhor do que as que são pessimistas.
– Imagem socialmente projetada. A opinião das outras pessoas afeta aquilo que pensamos a nosso próprio respeito. Quando a característica que está sendo avaliada é subjetiva, a importância da opinião alheira é ainda maior. Por exemplo, aquilo que pensamos sobre a nossa altura está menos sujeito à opinião alheia do que aquilo que pensamos sobre a nossa simpatia.
– Sucesso na escola e no trabalho. Aquelas pessoas que têm sucesso nas atividades acadêmicas e nas atividades profissionais geralmente têm melhor autoestima do que as pessoas que não têm sucesso nestas áreas. Por exemplo, uma reprovação na escola, apesar do esforço para ser bem sucedido, ou ser despedido de um emprego abaixam temporariamente a autoestima.
– Sucesso na execução de tarefas de vida diária. Quem executa com facilidade e sucesso aquelas atividades do dia a dia geralmente tem melhor autoestima do que aqueles que sempre deixando para trás as suas obrigações.
– Funcionamento mental. Aqueles que acreditam nas suas próprias percepções e inteligência geralmente têm melhor autoestima do que aqueles que não confiam tanto nestas suas capacidades.
– Sucesso no relacionamento amoroso. Quando uma pessoa é amorosamente correspondida por alguém que ela valoriza e admira, a sua autoestima vai lá para cima. Quando uma pessoa é rejeitada por um parceiro valorizado ou, pior ainda, quando ela é trocada por uma rival, a sua autoestima vai lá para baixo.
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