Para segurar a alta, o Banco Central informou na sexta-feira (18) que fará na segunda-feira (21) uma oferta adicional de swap cambial, quando o banco vende dólares no mercado futuro — essa operação aumenta a oferta da moeda no mercado e, consequentemente, diminui o seu valor.
No entanto, o anúncio da autoridade monetária, apesar de importante, não será suficiente para segurar o preço do dólar, segundo o economista-chefe da Spinelli Corretora de Valores, André Perfeito.
— Talvez segure um pouco, mas swap por si só não resolve.
Isso porque a alta da moeda está relacionada a uma junção de fatores internos e externos. Um dos motivos é a eleição presidencial de 2018.
— A situação do estresse doméstico, com a disputa eleitoral, vai permanecer. Cada vez mais fica eminente que um nome que não é do mercado é quem vai ganhar.
Outro ponto levantado pelo professor Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, é a baixa taxa de juros.
— O Brasil necessita de poupança externa. Com a taxa de juros baixa, não atrai investimento externo. Pelo contrário, propicia a saída, e essa saída acaba pressionando a taxa de câmbio [pata cima].
Ainda segundo os economistas, soma-se aos fatores domésticos a incerteza em relação às medidas protecionistas dos norte-americanos. O mercado monitora pistas sobre uma alta de juros nos Estados Unidos, o que faria com que o país ficasse mais atraente do que o Brasil para investimentos, valorizando ainda mais o dólar em relação ao real.
R7