O dólar opera em queda nesta quinta-feira (3), em meio à contínua turbulência financeira provocada pela invasão da Ucrânia e disparada dos preços de commodities.
Às 9h24, a moeda norte-americana caía 0,15%, cotada a R$ 5,0978.
Na quarta-feira, o dólar fechou em em queda de 0,99% cotado a R$ 5,1053, passando a acumular baixa de 8,42% no ano frente ao real.
Impactos da guerra
A alta nos preços das commodities, que compõem boa parte da pauta de exportação do Brasil, tem dado sustentação ao real, garantindo a oferta de dólares no mercado doméstico.
O preço do barril de petróleo superou a barreira dos US$ 115 nesta quinta, se aproximando do patamar de US$ 120, com a guerra na Ucrânia elevando os temores de desabastecimento e agravando os riscos de uma alta da inflação global.
Os contratos de minério de ferro subiram 6,8% na China, a 797,50 iuanes (126,27 dólares) a tonelada, depois de bater alta de 9,7%, atingindo o maior nível desde 11 de fevereiro.
Já rublo russo caiu para novos recordes de baixa em relação ao dólar e ao euro nesta quinta-feira (3), depois que as agências de classificação de risco Fitch e Moody’s rebaixaram a dívida soberana da Rússia para o status “especulativo” ou “lixo”, com as sanções ocidentais colocando em dúvida a capacidade do país de pagar o serviço da dívida e enfraquecem a economia.
As sanções dos EUA e da União Europeia buscam impedir que os bancos russos tenham acesso aos mercados internacionais de capital. As medidas que visam estrangular a economia russa incluem o corte de 7 bancos russos da rede internacional de pagamentos Swift e o congelamento de ativos do Banco Central russo no Ocidente de forma a impedir que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira.https://db9fbfcd91d1d7570593a6bd2c4b51e4.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Diversas empresas internacionais anunciaram desde sexta-feira (25) que estão deixando ou suspendendo seus negócios na Rússia, num efeito dominó que deve continuar nos próximos dias e aumentar consideravelmente a pressão sobre o governo russo.
Cenário doméstico
Os economistas do mercado financeiro elevaram pela sétima semana seguida a estimativa de inflação para 2022, que passou de 5,56% para 5,60%, segundo mostrou na véspera o boletim Focus do Banco Central.
O mercado também manteve a previsão de crescimento do PIB deste ano em 0,30% e a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 12,25% ao ano para o fim de 2022.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 permaneceu em R$ 5,50. Para o fim de 2023, caiu de R$ 5,36 para R$ 5,31 por dólar.
Na sexta-feira, o IBGE divulga o resultado oficial do PIB de 2021.
G1