Horas prolongadas de sono não são sinal de qualidade
Letícia Paz*
Segundo um novo estudo, 44% da população global sente que seu sono piorou nos últimos cinco anos. No Brasil, 36% reclamam de insônia. A Sociedade Mundial do Sono alerta a população sobre importância do sono para saúde. Uma noite mal dormido gera cansaço, irritabilidade, falta de concentração, diminuição da produtividade entre outros inconvenientes, mas, a longo prazo os efeitos são mais graves: doenças como diabete, depressão, hipertensão e até mesmo o ganho de peso, podem estar associados ao sono insuficiente. Ansiedade, apneia do sono, insônia são alguns dos motivos que contribuem para uma noite de sono ruim, porém a rotina frenética dos seres humanos é um dos principais fatores.
Clifer Paz, de 33 anos e Hermano de Medeiros, 34 anos, ambos sargentos da Marinha do Brasil, e Tereza Rodrigues, 31 anos vendedora, têm em comum os afazeres domésticos e precisam agregar nas suas rotinas bastante movimentadas os cuidados com a casa, preparo da alimentação, entre outras tarefas caseiras. Os militares revelam que em média dormem 6 horas por noite e isso varia entre quatro a cinco dias por semana, já nos fins de semana essa média pode diminuir ou aumentar. Eles sabem que estão longe do ideal, porém as muitas atividades executadas e o tempo que ficam conectados à internet determinam esse período. Em contrapartida, a vendedora considera o suficiente pois sente-se bem durante todo dia, com dedicando, em média 7 horas diárias de sono.“Acredito que não seja o ideal, mas me sinto bem durante todo o dia”
O excesso de atividades, muitas horas conectados eo tempo o que se perde no trânsito, faz com que os dias fiquem longos e as noites curtas. Cada pessoa possui uma necessidade diferente de sono, mas em média um adulto precisa ter de 7 a 9 horas. Segundo a Fundação Nacional do Sono, Fundasono, localizada no estado de Minas Gerais, a maioria dos transtornos do sono pode ser prevenida ou tratada, muito embora pouco menos de um terço das pessoas que sofrem com esses transtornos buscam ajuda especializada.
Em entrevista para o programa de televisão Opinião Minas da Rede Minas, o psiquiatra, especialista em medicina do sono e atual presidente da Fundação Nacional do Sono, Dirceu Valadares, ensina como dormir melhor: “Uma alimentação leve, não ingerir bebidas estimulantes, preparar o ambiente em que vai dormir de maneira confortável”, são algumas das dicas. Ele complementa dizendo que em casos onde os transtornos são físicos, é necessário a procura de tratamento adequado. O presidente da Fundasono destaca que nem sempre dormir muitas horas é dormir com qualidade. “É possível educar o organismo para ter uma noite melhor, em apenas nove semanas mantendo uma regularidade na hora de dormir e acordar”.
Noticia ruim para quem acha que as longas horas de sono do fim de semana servem para repor o que foiperdido durante a semana. Segundo um estudo recente da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, o ato de “hibernar” nos fins de semana não compensa a falta de sono nos dias úteis, pelo menos não quando se trata dos indicadores de saúde.
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*Letícia Paz é estudante da disciplina Estágio I, da Estácio