A expectativa para as vendas de chocolate nesta Páscoa é alta. As principais indústrias do setor estão otimistas — foram abertas 23 mil vagas de trabalho temporário de acordo com a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados).
Mesmo com a crise, o Brasil é um dos países com o maior volume de vendas de produtos de Páscoa do mundo. Só em 2017, de acordo com a Abicab, foram produzidas 9.000 toneladas de chocolate, o equivalente a 36 milhões de ovos.
Uma das principais redes de chocolate do país, a Cacau Show, aposta em um crescimento de 20% com relação a 2017. Para o vice-presidente de marketing, Elio França e Silva, a perspectiva para alavancar as vendas está nos novos produtos, tanto na linha infantil quanto nos lançamentos, mas sem tirar o foco dos preços. “Temos uma linha ampla de produtos, com lançamentos e uma grade que vai de R$ 7,90 a R$ 64,90, temos tradição em preços justos, comparável à grande indústria.”
Trabalhar com uma ampla régua de preços também é o alvo do grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau. Ao todo, são 30 lançamentos, sendo 18 da Kopenhagen. “Temos de lembrancinhas como a cenourinha e os miniovos até a linha luxo, com destaque para o Sweet Treasure, que acompanha um colar da Pandora Joias (R$ 499). Já a Brasil Cacau tem um foco maior nos ovos na faixa de preço de R$ 25 a R$ 45”, diz a diretora de marketing do grupo CRM, Maricy Porto.
Esta Páscoa ainda é mais significativa para a Kopenhagen: a empresa completa 90 anos, e traz uma linha “revival”. Clássicos voltam para as gôndolas como a edição especial do ovo de cinco quilos que custa R$ 1.100. “É uma edição limitada, serão vendidos apenas 180 em todo o país”, diz Maricy. Outra aposta da marca é levar a experiência de tomar um café com um petit four para casa. O ovo Petit Wafer vem com cápsulas de café Kopenhagen.
Além dos investimentos para a Páscoa, o grupo aumentou em 30% a verba para comunicação e deve expandir o número de lojas da Brasil Cacau. “A expectativa é de crescimento para este ano, creio que será ainda melhor que 2017. Ano passado vendemos 95% do que foi produzido e estes primeiros dez dias de vendas já foi bem melhor que o ano passado. Também vamos expandir a rede em mais 80 lojas”, diz Maricy.
A Cacau Show também deve ampliar os pontos de venda pelo Brasil. “O cenário está mais favorável e até o fim do ano pretendemos abrir mais 250 lojas. Ainda temos espaço para crescer pelo país, mas já estudamos ampliar nossas operações no exterior.”
Segundo o gerente de marketing de chocolates sazonais Mondelez Brasil (detentora da marca Lacta), Ricardo Reis, a indústria acredita que o desempenho deste ano será positivo com base nos números de venda do Natal.“Como indicativo, olhamos para o Natal, que cresceu de 3% a 5% este ano. Além disso, a Páscoa voltou a crescer puxada pela linha regular, o que é mais um bom motivo para nos mantermos otimistas. Como histórico, em 2017, apesar da crise, também tivemos uma boa Páscoa, conquistamos 4,1% de share.”
As contratações também aumentaram na indústria. A Mondelez abriu 7.900 vagas temporárias, um crescimento de 5,3% se comparado a 2017, que foi de 7.500. A Nestlé manteve o mesmo nível de contratação do ano passado abrindo 3.000 vagas temporárias.
R7