Coriza, espirros, nariz entupido, coceira nasal, tosse e, em alguns casos, dificuldade até para respirar – esses são alguns dos sintomas que tiram a paz de pessoas com alergias respiratórias, sobretudo com a chegada do inverno.
O ar seco e frio, além das mudanças frequentes no clima, com o aumento da umidade, típicos desse período do ano, são fatores que contribuem para a intensificação do quadro. Isso porque ocorre um ressecamento das vias aéreas, que ficam sobrecarregadas, desencadeando espirros e facilitando a irritação dos brônquios. Mas como diferenciar uma crise alérgica de um quadro de gripe?
De acordo com Mayra Coutinho Andrade, alergologista da clínica IBIS, crises alérgicas geralmente não causam febre e dores no corpo, comuns em quadros gripais. Além disso, elas, normalmente, respondem rápido às medicações de suporte. Ainda assim, a doutora alerta que as alergias respiratórias, como rinite e asma, são as que devem receber mais atenção, por se agravarem no inverno.
“Pacientes com rinite e asma são mais suscetíveis a essas mudanças no clima. Além de também serem mais facilmente impactados por outros fatores alérgenos típicos desse período, como ácaros da poeira e também o mofo”, pontua. Ela chama a atenção, ainda, para a maior exposição à fumaça de fogueira e fogos de artifício, típicos do período junino para a nossa região, e que também podem desencadear crises em alérgicos.
O fato de ficarmos mais tempo em ambientes fechados, com menor incidência de sol e mais períodos de chuva, e a utilizarmos roupas de frio e cobertores que estavam guardados há muito tempo são outras causas que aumentam nossa exposição a ácaros e mofo. Por isso, adotar medidas básicas de limpeza e ventilação podem ajudar a mitigar os efeitos destes alérgenos.
“Manter a casa ventilada e limpa, dando preferência a aspiradores de pó com filtro HEPA e pano úmido, ao invés de vassouras, além de evitar o uso de carpetes e lavar roupas guardadas, lembrando de secá-las bem antes de usá-las, são medidas simples do dia a dia que podem ajudar na prevenção das crises alérgicas”, explica. Além disso, a especialista orienta que, sempre que possível, sejam utilizadas capas protetoras antiácaro em travesseiros e colchões.
Tratamentos
As opções de tratamento são muitas e devem ser individualizadas, caso a caso. A recomendação, de acordo com dra. Mayra Coutinho Andrade, é que os alérgicos não deixem de procurar seu médico para estar com os tratamentos em dia e sintomas controlados. “Mas se os sintomas ficarem mais arrastados, com mudança no padrão da secreção, para purulenta ou espessa, com febre, dor no peito ou falta de ar persistente, podem sugerir que o quadro está evoluindo para uma infecção. Dessa forma, o recomendado é procurar um médico”, orienta.
Além das alergias respiratórias, dra. Mayra alerta que pacientes com dermatite atópica também sofrem mais crises com a chegada do inverno. “Os banhos quentes se tornam mais frequentes, o que pode piorar da secura da pele, aumentando a coceira pelo corpo e, consequentemente, mais lesões cutâneas”, explica. Segundo a especialista, para estes a orientação de tratamento é a mesma para os asmáticos, por exemplo: ter acompanhamento médico. “Um plano de ação é elaborado pelo médico responsável, com todas as orientações dos principais sintomas que podem ocorrer em uma crise, e cada remédio que deve ser utilizado dependendo do sintoma apresentado”, conclui.
Dra. Mayra Coutinho Andrade é alergologista e atende na clínica IBIS em Salvador-BA, associada ao Grupo Cita (Centros Integrados de Terapia Assistida), e está disponível para entrevistas.