O velório de Diego Armando Maradona, que alguns estimam que pode reunir 1 milhão de pessoas na Casa Rosada, sede do governo argentino em Buenos Aires, deixou claro que o carinho pelo astro do futebol supera o temor de contágio pelo novo coronavírus (covid-19) em meio à pandemia.
A Argentina é um dos países que registraram uma das maiores taxas de contágio de covid na região, com 1.390.388 casos e 37.714 mortes até a última quarta-feira (25), e impôs uma das maiores quarentenas do mundo.
Dezenas de milhares de pessoas, muitas delas sem máscara, engrossavam uma longa fila sem distanciamento social para entrarem na Casa Rosada e se despedirem de Maradona, que morreu na quarta-feira de insuficiência cardíaca aos 60 anos.
“É preciso estar aqui. Não havia forma de isto não acontecer. De alguma maneira isto é Maradona também, violando uma regra”, declarou Marcelo Gades, de 52 anos, que esperava pelo velório com uma rosa na mão, em referência ao espírito rebelde e transgressor do ídolo.
“A Argentina é Maradona, e Maradona é a Argentina, com tudo de bom e de mau”, afirmou.
A histórica Praça de Maio, que está diante da Casa Rosada, ficou cheia de torcedores, que desde a noite da última quarta foram lhe dar adeus, portando camisas e bandeiras argentinas e bradando constantemente “olé, olé, olé, olé, Diego, Diego”.
A despedida provocou críticas nas redes sociais, já que em meados de março o governo impôs uma quarentena que também limitou a quantidade de pessoas que podem acompanhar velórios e enterros para conter o novo coronavírus.
Agência Brasil