O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, resultado em linha ao esperado e com forte expansão do setor agropecuário, mas os investimentos continuam em queda.
Com isso, o país encerrou dois anos seguidos de recessão, a mais longa da história. Sobre o primeiro trimestre de 2016, no entanto, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (1º), o PIB encolheu 0,4% nos três primeiros meses deste ano. Pesquisa da Reuters apontava que a economia cresceria 1% entre janeiro e março na comparação com o trimestre anterior, maior avanço desde o segundo trimestre de 2013 (+2,3 por cento), e mostraria queda de 0,5 por cento sobre o primeiro trimestre de 2016.
Segundo o IBGE, a agropecuária saltou 13,4% no trimestre passado, comparado com o período imediatamente anterior, por conta da supersafra, enquanto a indústria teve expansão de 0,9% e os serviços ficaram estagnados.
Pela ótica da despesas, no entanto, o quadro foi mais negativo, com destaque para a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), com queda de 1,6% no período, enquanto que o consumo das famílias e do governo recuaram 0,1 e 0,6%, respectivamente. As exportações de bens e serviços, por outro lado, subiram 4,8%.
O IBGE revisou ainda o resultado do PIB no quarto trimestre do ano passado, para queda de 0,5%, sobre redução de 0,9% antes. O instituto fez recentemente mudança de metodologia para mensurar os setores de serviços e varejo, cuja base de comparação passou a ser 2014, e não mais 2011.
Apesar da melhora no primeiro trimestre, especialistas acreditam que a economia pode voltar a perder força daqui para frente, ainda com o desemprego elevado e a crise política que atingiu o presidente Michel Temer.
Ele é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) por crimes, entre outros, de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F. Com isso, já há pedidos de impeachment contra o presidente no Congresso Nacional, aumentando os temores de que as reformas, sobretudo a da Previdência, não saiam do papel.
E eram justamente elas apontadas por especialistas como fundamentais para garantir recuperação consistente da economia, junto com a queda de juros básicos. Mas esta também foi afetada pela crise política.
Na véspera, o Banco Central manteve o passo e reduziu a Selic em 1%, a 10,25%, apesar de o cenário de inflação dar suporte para movimentos mais ousados. E sinalizou que vai optar por reduções menores daqui para frente.
R7