O dinheiro é um assunto que faz parte da vida de todos nós, mas nem sempre sabemos como lidar com ele de forma saudável e responsável. Muitas vezes, isso se deve à falta de educação financeira na nossa infância, que nos impede de desenvolver hábitos que nos ajudem a gerenciar melhor os nossos recursos.
Por isso, é fundamental que os adultos, logo cedo, eduquem financeiramente suas crianças. Só assim poderão crescer com uma relação equilibrada e consciente com o dinheiro. Mas como fazer isso de forma lúdica e didática, sem tornar o assunto chato ou complicado?
Vou dar algumas dicas simples e práticas de como ensinar educação financeira para crianças de diferentes idades, desde os 3 até os 10 anos. Você vai ver que não é preciso ser um especialista em finanças para transmitir esse conhecimento, basta ter disposição e criatividade. Vamos lá?
Educação financeira para crianças de 3 a 6 anos – Nessa faixa etária, as crianças estão começando a entender o que é o dinheiro e como ele funciona. Elas ainda não têm noção de valor, tempo ou quantidade, mas já conseguem perceber que o dinheiro é usado para comprar as coisas que elas querem ou precisam. Por isso, é importante aproveitar essa fase para introduzir alguns conceitos básicos em relação ao dinheiro:
· Origem: Explique para as crianças que o dinheiro não vem do caixa eletrônico ou do cartão de crédito, mas sim do trabalho. Conte um pouco sobre a sua profissão e como ela contribui para a sociedade. Mostre também como você usa o seu salário para pagar as contas da casa e comprar as coisas para a família.
- Uso: Mostre para as crianças que o dinheiro é um meio de troca que permite comprar as coisas ou pagar por serviços. Leve-as ao supermercado ou à feira e mostre como funciona o processo de compra e venda. Você pode, por exemplo, pegar uma nota de R$10 e explicar que com esse valor é possível comprar alguns itens, mas não outros. Assim, você introduz os conceitos de custo, preço, caro e barato.
- Escolha: Ensine para as crianças que o dinheiro é um recurso limitado e que, por isso, precisamos fazer escolhas na hora de gastá-lo. Você pode mostrar que nem sempre podemos comprar tudo o que queremos, e que às vezes temos que renunciar a algo em favor de outra coisa mais importante ou mais urgente. Você pode usar exemplos do cotidiano, como escolher entre comprar um doce ou um brinquedo, ou ir ao cinema ou ao parque.
Educação financeira para crianças de 7 a 10 anos – Nessa idade as crianças já têm uma maior compreensão do valor do dinheiro e do tempo. Elas também começam a ter uma maior autonomia financeira, podendo receber uma mesada ou um presente em dinheiro. Evite dar semanadas ou mesadas antes dos 6 ou 7 anos. Por isso, é importante aproveitar essa fase para reforçar alguns conceitos básicos de educação financeira e introduzir outros mais avançados, como:
- Economizar: Incentive as crianças a guardar parte do seu dinheiro. Ajude-as a estabelecer uma meta para comprar algo que elas querem muito, como um livro, um jogo ou uma roupa. Mostre também como elas podem acompanhar o acúmulo do seu dinheiro com o passar do tempo.
- Planejar: Ensine as crianças a fazerem um orçamento simples com o seu dinheiro, anotando as suas receitas (mesada ou presentes) e as suas despesas (compras, passeios). Mostre também como elas podem dividir o seu dinheiro em três partes: uma para gastar no presente, outra para poupar para o futuro e outra para doar para quem precisa.
- Consumir: Explique para as crianças a diferença entre necessidade e desejo, e como o consumo excessivo pode levar ao desperdício de dinheiro e prejudicar o meio ambiente e os recursos naturais. Mostre também como elas podem evitar o desperdício e a poluição, comprando apenas o que precisam, reutilizando ou reciclando o que podem e descartando corretamente o que não podem.
Com essas dicas simples e práticas, você pode ajudar as crianças a desenvolverem uma relação saudável e equilibrada com o dinheiro, preparando-os para serem adultos conscientes e felizes. Você vai ver que educar financeiramente as crianças é um investimento fundamental para prepará-los para um futuro mais próspero e independente.
*Por Diogo Angioleti, especialista em finanças e comportamento do Sistema Ailos