Em depoimento entregue por escrito à Polícia Federal na tarde de ontem (4), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, refuta que tenha sido racista em comentário postado em suas redes sociais em 4 de abril. No depoimento, ao qual o R7 Planalto teve acesso, o ministro explica em 12 pontos que fez um comentário geopolítico com humor, e defendeu o direito à liberdade de expressão.
O ministro é investigado por suposto crime de racismo pela postagem.
No texto entregue à PF, o ministro explica que o objetivo com o post era levantar, “sem ser enfadonho” a seguinte questão para o debate público: “Qual o papel na presente pandemia do Partido Comunista Chinês?”. Diz que o tema é única e exclusivamente geopolítico e que o debate já foi levantado por outras autoridades pelo mundo: “A propósito, a participação do PCC na pandemia não é mera ilação desse subscritor. Trata-se de tema abertamente discutido por diversos líderes mundiais, vide comentário do presidente Donald Trump”.
Após explicar os motivos do post, o ministro diz que não foi acusado de racismo nas redes sociais pelo post e fala da reação da Embaixada da China à postagem, que considerou suas declarações difamatórias e que estariam estigmatizando a China. Diz que o racismo visto por alguns não está no post em si, mas na interpretação: “a imputação de crime não é decorrência do que foi postado, mas de interpretação estensiva (…) Não se pode imputar crime nessas circustâncias sob pena de se revogar um princípio e direito maior constitucional, que é a liberdade de expressão”.
No último ponto, o ministro termina dizendo que tem orgulho de descender de judeus, negros, cristãos, índios e uma profusão de etnias: “fico ofendido por estar sendo investigado por uma acusação de racismo por conta de uma manifestação de conteúdo geopolítico”.
R7