O comércio baiano interrompe ritmo de queda, no mês de novembro, registrando taxa positiva de 0,7%, quando comparado a igual mês do ano de 2016. No varejo nacional as vendas cresceram em 5,9%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou variação positiva de 1,1%. Entretanto no acumulado e nos últimos 12 meses as taxas continuam negativas variando 1,3% e 2,1%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio, analisados em âmbito estadual pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Apesar das vendas na Bahia registrarem, no mês de novembro, um ritmo suave de crescimento, a mudança da trajetória de queda no setor é satisfatória, considerando que no estado o segmento de hiper e supermercados, atividade de maior peso para o setor, continua apresentando comportamento negativo. Segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas referente ao Índice de Confiança do Consumidor houve uma melhora nesse índice ao registrar crescimento de 8,6 pontos percentual em novembro, atingindo 89,5 pontos.
Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a novembro de 2016, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Móveis e eletrodomésticos (38,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (23,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (16,4%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (8,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,5%), e Tecidos, vestuário e calçados (3,5%). Os segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e Combustíveis e lubrificantes, e Combustíveis e lubrificantes registraram variações negativas de 15,5% e 6,0%, respectivamente. No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação positiva os subgrupos de Móveis e Eletrodomésticos com taxas de 26,6% e 43,7%, respectivamente, enquanto Hipermercados e supermercados apresentou queda de 15,0%.
Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento positivo das vendas na Bahia tem-se pelo segundo mês consecutivo: Móveis e eletrodomésticos e Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Em contrapartida ao comportamento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Combustíveis e lubrificantes que influenciaram negativamente o setor nesse mês.
Em novembro, o comportamento de Móveis e eletrodomésticos apresentou a maior contribuição positiva para as vendas do setor decorrentes, além da influência de uma base baixa de comparação, a queda da inflação, à redução da taxa de juros no crédito às pessoas físicas e o impacto positivo da melhora observada no mercado de trabalho. O segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos e brinquedos foi o segundo a exercer maior influência para o setor. A razão para esse comportamento está na proximidade das festas de final de ano, período em que alguns consumidores com a antecipação do décimo terceiro se preparam para as comemorações do Natal.
Contrapondo o comportamento registrado por esses segmentos, tem-se o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que pelo sexto mês consecutivo exerceu a maior contribuição negativa. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando, na Bahia, quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, essa queda se deve a mudança do comportamento do consumidor que está preferindo comprar em estabelecimentos de atacados, os quais não fazem parte da amostra da pesquisa, além de uma mudança de perfil dos consumidores ao optarem em realizar suas compras nos mercadinhos de bairro.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, a segunda maior contribuição negativa para o setor do comércio. Esse comportamento se deve à oscilação no preço dos combustíveis, obrigando os consumidores a utilizarem os seus veículos de forma mais racional.
Comportamento do comércio varejista ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em novembro, crescimento nas vendas de 3,2%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 0,2%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas de 6,0% em relação a igual mês do ano anterior. Apresentando um crescimento de 2,9% nas vendas do segmento nos últimos 12 meses. Em relação ao segmento Material de Construção, as vendas no mês de novembro foram positivas em 13,5%, comparado ao mesmo mês do ano de 2016. No acumulado dos últimos 12 meses as vendas cresceram 5,6%. O resultado desse mês para ambos os segmentos é reflexo da inflação mais baixa e juros em queda, que resultaram numa avaliação mais favorável dos consumidores quanto ao momento, incentivando-os a comprarem bens duráveis, bem como realizarem reformas nas suas propriedades.