Com a previsão de greve dos rodoviários anunciada para o dia 31 de dezembro, decidida em assembleia dos trabalhadores no dia 30 de novembro, o sindicato das empresas (Rio Ônibus) informou hoje (22) que “adotará todas as medidas judiciais cabíveis a fim de impedir o movimento, que pode afetar 4 milhões de passageiros na cidade do Rio de Janeiro”. Os trabalhadores estão com os salários atrasados e não receberam o 13º, além de estarem há 17 meses sem reajuste.
Na nota enviada à imprensa, o Rio Ônibus reconhece o direito de greve da categoria, mas considera que “a paralisação do serviço no último dia do ano causaria um grande transtorno à população”. “Diferente de outros modais, os ônibus são os únicos que têm a capacidade de transportar todo o público dos eventos da cidade, sem impor limite de passageiros. Uma eventual greve também geraria uma sobrecarga na operação de outros meios de transporte”, alega o sindicato patronal.
Apenas em Copacabana, são esperados 2 milhões de pessoas para ver a queima de fogos do Réveillon. O trânsito de veículos no bairro será interrompido a partir das 18h e os ônibus param em Botafogo ou no Corte do Cantagalo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Além de Copacabana, outros nove pontos da cidade receberão festa com shows e fogos de artifício: Barra da Tijuca, Flamengo, Parque de Madureira, Ilha do Governador, Piscinão de Ramos, Penha, Paquetá, Sepetiba e Pedra de Guaratiba.
O Rio Ônibus informou que vai enviar pedidos formais para que a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Polícia Militar “reforcem o policiamento nos acessos das empresas de ônibus e garantam a integridade física da população e dos rodoviários que não aderirem a uma eventual paralisação”.
Trabalhadores
De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), a greve foi decretada por causa da falta de negociação com a categoria. Segundo o secretário-geral do Sintraturb, Antonio Bustamente, os trabalhadores estão com os salários atrasados e não receberam o 13º, além de estarem há 17 meses sem reajuste.
“Até agora, só regularizou o pagamento de uma empresa e não se abrem as negociações. A nossa data base é em junho e até agora não teve nada da negociação salarial. Por enquanto, já que a Justiça entrou em recesso, a gente não vê outro caminho a não ser manter a paralisação do dia 31. Até agora não se vê nada a respeito do aumento da categoria. Nós estamos pleiteando aumento de 10% no salário, tíquete-refeição de R$ 20 e um auxílio-alimentação. Mas, até agora, a gente não teve resposta do patronal”.
Bustamente diz que, para não negociar com os trabalhadores, o sindicato patronal alega crise econômica e o fato de a tarifa ter sido congelada pela Justiça. Segundo o Sintraturb, a categoria é composta por 25 mil rodoviários na cidade.
Agência Brasil