O segundo dia da provas do Enem, que tiveram questões de Matemática e Ciências da Natureza, trouxe questões bem coerentes com o conhecimento estudado pelo aluno. A prova de Matemática focou mais nas questões conceituais da matéria, cobrando raciocínios objetivos. Agora, as questões difíceis exigiram uma habilidade e competência maior do candidato, saindo da ideia de uma questão média interpretativa e exigindo, nesse caso, um aprofundamento do conteúdo. Já na prova de Ciências da Natureza, a Física manteve a tendência da prova de Matemática, também cobrando mais questões conceituais, não necessitando de tanto desenvolvimento de contas, mas com o raciocínio do conteúdo muito maior, aprofundado. A ideia, então, na prova de Física, era saber se o estudante dominava os principais conceitos da matéria. A prova de Química veio dentro do esperado, com uma diversidade de conteúdos químicos cobrados, questões objetivas, sem grandes complexidades de raciocínio para que o candidato chegasse à resposta. E em Biologia, o que chamou mais atenção foi uma certa mudança de temática. Questões que sempre caem, como genética e botânica, foram substituídas por questões de zoologia, o que trouxe para o estudante o desafio de interpretar esses conteúdos dentro da prova. No geral, um segundo dia que o candidato se sentiu desafiado pela prova, pelas temáticas difíceis, mas bastante coerente com o aprendizado desenvolvido ao longo do ano.
Questão Polêmica
Prova Amarela – questão 102 de raciocínios físicos. Não é possível encontrar um gabarito coerente com os dados que foram dados na questão. Provavelmente o INEP vai precisar anular esse gabarito, afinal os dados que a questão traz e o que o enunciado pede não colaboram para as alternativas serem encontradas (uma correta e quatro incorretas). Na verdade, todas parecem erradas e essa vai ser a questão polêmica deste ano.
*O Inep ainda não se pronunciou
Rômulo Pires Urbieta, professor e coordenador do Bernoulli da equipe de Física
A questão 102 da prova amarela do Enem, que foi uma questão cuja ideia era muito boa e muito recorrente nas provas. É uma questão clássica, em que o aluno tinha que calcular uma potência de uma cafeteira elétrica e comparar com a potência total que poderia ser fornecida. O problema é que a potência útil dessa cafeteira acaba dando um valor maior do que a total, o que é impossível. Se você puxa da rede elétrica e tem uma máxima potência possível para usar na cafeteira, não teria como, de fato, a situação real ter uma potência maior que 700. Então, acredito que essa questão está sem resposta.