A vacinação de adultos e idosos ainda é insatisfatória no Brasil, o que leva ao retorno de doenças que estavam eliminadas do país, a exemplo de sarampo, rubéola e poliomielite. A avaliação é da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Além da vacinação permitir a proteção do indivíduo, ela ainda evita uma situação como a que a gente viveu no Ceará: a gente estava para eliminar o sarampo e vimos o sarampo voltar porque quem começou o surto, que conseguimos depois reverter com a vacina, foram os adultos não vacinados. E quem adoeceu em nosso país de febre amarela? O adulto que não estava vacinado e, principalmente, o homem. Se é difícil vacinar o adulto, o adulto homem é ainda mais difícil”, afirmou a presidente da entidade, Isabella Ballalai, à Agência Brasil. Segundo Isabella, muitas doenças fatais para idosos poderiam ser evitadas. “Adulto morre muito de doença que pode ser evitada com vacina – como a pneumonia, que é uma das principais causas de óbito de idosos; e a hepatite B, que é uma doença sexualmente transmissível e o maior de 60 anos está bombando de doenças sexualmente transmissíveis”, disse. Na avaliação da presidente da entidade, a vacinação de adultos e de idosos no país é “tão baixa” que os números nem são conhecidos. Já a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, lembra que a vacinação de adolescentes, adultos e idosos ainda é recente no país, o que leva aos números ainda baixos. “A vacinação do adolescente, do idoso e do adulto é muito recente. A do adolescente começamos agora, em 2014. Então, se olharmos o número seco [de pessoas dessas faixas etárias que são vacinadas], ele é baixo. Mas temos que pensar que estamos começando agora, então temos um longo caminho pela frente”.