Um levantamento divulgado semana passada mostra que, nos Estados Unidos, a taxa de mortes por suicídio na pré-adolescência já superou a de acidentes de trânsito.
Segundo o CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças daquele país, o fato é consequência, em parte, de uma redução importante no número de acidentes fatais. Mas não é só isso – o suicídio entre jovens de 10 a 14 anos também cresceu de forma alarmante. Os dados foram divulgados no jornal The New York Times.
Em comparação com 1999, a taxa de mortalidade por acidentes de carro foi cortada pela metade, enquanto a de suicídio quase dobrou, sendo o aumento mais expressivo a partir de 2007.
Em 2014, último ano da série histórica divulgada pelo CDC, 425 crianças nessa faixa etária se mataram, enquanto 384 morreram em acidentes de trânsito. Muito mais meninos, (275) do que meninas (150) se suicidaram, um padrão que se repete em todas as faixas etárias. Mas o aumento foi mais nítido para as meninas, de acordo com o levantamento.
Especialistas norte-americanos acreditam que a expansão das tecnologias móveis explica esse aumento acentuado nos últimos anos. Se as humilhações, antes, estavam restritas aos olhares de uma pequena parte da turma, na escola, hoje a aflição não termina quando a criança chega em casa, já que as redes sociais amplificam e eternizam qualquer situação.
Para agravar o cenário, a puberdade tem chegado cada vez mais cedo, e nem sempre o pré-adolescente já tem maturidade suficiente para lidar com as questões que as alterações hormonais fazem vir à tona.
Assim como nos Estados Unidos, é cada vez mais comum, no Brasil, encontrar meninos e meninas na puberdade com smartphones e perfis ativos nas redes sociais. É importante que pais e educadores estejam atentos, ainda que seja difícil acreditar que alguém tão jovem possa pensar em suicídio.
uol