É importante dizer que enxaqueca é uma doença crônica, uma dor de cabeça intensa, que afeta 324 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. É três vezes mais comum em mulheres e pode durar de 4 horas a 3 ou 4 dias. Ela pode ser desencadeada por uma série de sintomas que vão desde alimentação até noites mal dormidas, estresse, bebidas, luz e ar condicionado.
De acordo com a otorrinolaringologista Maura Neves, da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, antes de encontrar o tratamento, é preciso descobrir o que desencadeia a enxaqueca em cada paciente. “O médico e o paciente precisam tentar descobrir se há relação com alimentos, algumas pessoas têm gatilho da dor quando comem chocolate ou cafeína, por exemplo”, a médica ainda explica que é importante evitar dormir pouco ou dormir demais. As mudanças no padrão de sono podem desencadear a dor, assim como mudanças no ciclo menstrual.
O neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo explica que, no caso da enxaqueca, a dor pode aparecer em um ou nos dois lados da cabeça, mas este não é o único sintoma. É comum a pessoa também ter sensibilidade à luz e a ruídos, náuseas e vômitos. Ainda não se sabe por que algumas pessoas tem tendência a enxaqueca, mas, independente do que desencadeia a dor, ela acontece “devido a alterações neurológicas que provocam mudanças nos fluxos sanguíneos, dilatação dos vasos e processos inflamatórios na região”, explica o médico.
Um dos principais problemas que envolvem a enxaqueca é a automedicação. O farmacêutico e homeopata Jamar Tejada Dziedzinski explica que analgésicos como o ácido acetilsalicílico (AAS), ibuprofeno, diclofenac, e paracetamol podem ter efeito contrário. “Se forem tomados de vez em quando, cumprem o papel, mas quando tomados com frequência maior do que quatro vezes ao mês, ao invés de curar, podem ser causadores de dor de cabeça”, explica Dziedzinski. Além disso, os ergotamínicos, analgésicos específicos para enxaqueca, podem levar a uma intoxicação, se usados exageradamente.
Para quem pretende diminuir o uso de analgésicos, o farmacêutico dá uma dica: os nutracêuticos. São medicamentos produzidos a partir da concentração de nutrientes encontrados nos alimentos. Eles podem ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca e são mais seguros “já que possuem menos toxicidade do que os analgésicos habituais”, explica Dziedzinski.
Os nutracêuticos mais usados para combater a enxaqueca são aqueles feitos à base de vitamina B2, a coenzima Q10, uma molécula produzida pelo organismo, também presente na carne bovina, sardinha, espinafre e amendoim, o ginkgolídeo B, que é retirado da planta ginkgo biloba, e o magnésio, mineral encontrado em cereais integrais, espinafre, nozes, frutas, legumes e tubérculos, como a batata.
Outra dica é a homeopatia, mas o farmacêutico destaca que é importante procurar um profissional de saúde habilitado que conheça essas terapias. “A automedicação é a pior escolha, se forem diagnosticadas e tratadas a tempo muitas dores de cabeça, inclusive a enxaqueca, têm cura”, destaca Dziedzinski.
R7