Com o agravamento da pandemia e recomendações para atender só os alunos que mais precisam, colégios particulares de São Paulo já debatem, internamente, mudanças em seus planos de atendimento e há até colégio que estuda interromper as atividades. A orientação do sindicato das escolas privadas é que elas suspendam o rodízio de estudantes e passem a receber apenas os que mais necessitam das aulas presenciais.
O anúncio do governador João Doria (PSDB) era aguardado pelos colégios desde o início da semana. O crescimento das internações nos hospitais elevou o temor de que as escolas pudessem ser fechadas. Na fase vermelha decretada, para as próximas duas semanas, só serão permitidas as atividades essenciais e as escolas foram incluídas nessa lista.
Como o Estadão adiantou, as escolas públicas e privadas devem dar prioridade para os alunos mais vulneráveis, que podem ser estudantes com deficiências ou dificuldades de aprendizagem, com problemas emocionais, alimentares, sem conexão em casa para ensino remoto. Pais que trabalham nos serviços essenciais também devem ser atendidos.
Apesar de permitir aulas presenciais, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, fez apelo aos colégios para atender só os alunos que delas mais precisam. Citou estudantes em fase de alfabetização e aqueles com dificuldades emocionais. O porcentual máximo de 35% da capacidade fica mantido. Escolas particulares de todo o Estado receberam a orientação de colaborar para evitar alta de infecções, mas não haverá regras gerais para definir quais os alunos com maior necessidade.
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo vai orientar as escolas para que deixem de fazer rodízio entre todos os estudantes que querem frequentar as aulas e passem a focar nos que mais precisam de atendimento presencial. “Agora, vamos priorizar a criança que realmente precisa, que o pai tem de trabalhar, que tem de deixar na escola”, diz Benjamin Ribeiro, presidente do Sieeesp. Para ele, deverá ser dada prioridade a alunos até 9 anos, que têm mais dificuldades com aulas remotas.
Segundo Arthur Fonseca Filho, diretor da Abepar (Associação Brasileira de Escolas Particulares) , os colégios estão reunidos para redefinir planos e devem cortar atividades secundárias. Escolas com atividades em dois turnos, por exemplo, devem reduzir o atendimento.
Na tarde de ontem, vários colégios faziam reuniões internas para planejar as próximas semanas e enviavam enquetes aos pais sobre a intenção de mandar os filhos para a escola. O Colégio Equipe estuda interromper atividades por alguns dias. O Augusto Laranja, na zona sul, vai reduzir o número de alunos — de 50% para 35%, dando prioridade aos mais novos.
Já colégios como o Bandeirantes, Gracinha e o Magno, na zona sul, e o Luminova, na zona oeste, disseram que vão manter o limite de 35% da capacidade de alunos, com atenção aos protocolos sanitários.
Segundo Rossieli Soares, cada unidade, em conversa com pais e professores, deve definir quais os alunos prioritários. Para a rede estadual, ele estabeleceu que deverá ser dada prioridade a estudantes mais vulneráveis e com dificuldades de aprendizagem.
R7