Recomendadas como medida de controle para barrar o avanço do novo coronavírus, as máscaras de proteção terão que ser usadas obrigatoriamente nos estabelecimentos comerciais, coletivos e veículos em circulação nas ruas de Salvador. É o que determina novo decreto municipal anunciado pelo prefeito ACM Neto.
Mas se por um lado o acessório é um aliado na proteção contra a Covid-19, por outro, é preciso ter alguns cuidados na sua utilização. Quem faz o alerta é a dermatologista da Clínica Osmilto Brandão, Isabela Pimenta. “O uso das máscaras por período prolongado pode levar a uma dermatite de contato física. Essa é um tipo de inflamação causada na pele pelo contato e fricção com algum objeto”, explica.
Por esse motivo, a médica alerta que é preciso observar com que material é feito o acessório. “As máscaras descartáveis geralmente são fabricadas levando-se em consideração a menor probabilidade de causar danos aos usuários. Já as máscaras caseiras reutilizáveis podem ser feitas com diversos tecidos”, destaca.
Segundo a especialista, o algodão é um tipo de tecido com menor probabilidade de causar irritações na pele. Isso faz com que seja preferível utilizá-lo na hora de confeccionar sua própria máscara, que deve ter duas ou três camadas, sendo a primeira (aquela em contato com a pele) feita de algodão.
A dermatologista da Clínica Osmilto Brandão lembra ainda que é importante retirar a máscara, quando não houver a necessidade de utilizá-la, para que a pele possa respirar. Para isso, é necessário tomar cuidado no momento de manipular as máscaras para diminuir as chances de contaminação. Um exemplo é colocar e retirar o acessório pela parte de trás.
Isabela alerta também em relação às máscaras N95, que são voltadas para profissionais de saúde e realizam uma filtragem do ar, impedindo a passagem de pequenas partículas contaminantes expelidas, por exemplo, nos processos hospitalares de intubar ou aspirar o paciente. “Esse tipo de máscara faz uma pressão maior sobre a pele, podendo machucar mais”, pontua.
Saúde da pele – A especialista observa que pessoas com problemas de pele pré-existentes como dermatite seborreica, dermatite atópica ou urticária podem ter o quadro agravado pelo uso de máscaras. Como o acessório pode abafar o rosto, levando ao aumento da umidade e calor no local, há a possibilidade de outras situações, a exemplo de infecção fungica ou bacteriana, aparecerem sobre a pele lesionada.
O aumento da produção das glândulas sebáceas motivado pela máscara também pode agravar outro problema de pele bastante comum: a acne. Por isso, a médica reforça a importância de retirar o acessório, quando não precisar utilizá-lo. Usar um hidratante para a face não oleoso é outra alternativa. “Se necessário, um dermatologista deve ser consultado. Os casos de inflamação podem exigir uso de cremes corticoides e as infecções, creme antimicrobianos apropriados a cada caso”, orienta.