A pandemia do novo coronavírus alterou sem precedentes as dinâmicas de diversos setores. Um deles foi a educação, onde as medidas de distanciamento social adotadas para conter a propagação da Covid-19 aceleraram adaptações nos processos de ensino-aprendizagem. Exemplo disso é a intensificação do ensino à distância.
Mas se por um lado, o EAD se impôs como alternativa nesse período, por outro, também abre caminhos para diferentes modalidades de ensino, como a semipresencial. Nem totalmente presencial, nem inteiramente a distância, os cursos desse tipo ainda despertam muitas dúvidas de quem deseja ingressar no ensino superior.
Quais os diferenciais? Trazem benefícios? São reconhecidos pelo mercado? O professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Administração, na área de Educação, Aprendizagem e Inovação da UNIFACS, Sérgio Fialho, esclarece alguns desses pontos.
Semi o quê?
São cursos híbridos, que se situam entre os cursos presenciais tradicionais e os cursos exclusivamente a distância, contendo elementos dessas duas modalidades.
Os cursos semipresenciais possuem a mesma matriz dos cursos presenciais, porém mais flexibilidade de horários, em função de uma maior carga horária ofertada na modalidade EAD. A carga horária presencial ocorre com metodologias ativas e prática em laboratório, para os cursos que possuem atividades práticas. A validade do diploma é a mesma do ensino presencial.
Vantagens e benefícios
Os cursos semipresenciais ganharam força nos últimos tempos e, de acordo com o Prof. Sérgio, têm tudo para se consagrarem como uma importante modalidade de ensino nos próximos anos. E explica. “Eles oferecem flexibilidade, permitindo acesso aos conteúdos, independentemente de locais físicos e horários, além de ser mais acessível. E, ao mesmo tempo, asseguram um elemento essencial para a formação, que é a interatividade aluno-professor e aluno-aluno”, defende o especialista.
Atenta a todos esses benefícios e vantagens, a UNIFACS oferece 41 cursos semipresenciais, sendo 18 opções de cursos em Salvador, e 23 em Feira de Santana. Em Salvador, por exemplo, no novo campus da UNIFACS, no bairro do Comércio, serão dez cursos nessa modalidade. Com isso, o objetivo é tornar o ambiente de ensino rico e dinâmico, em sintonia com as tendências e reconhecimento pela qualidade acadêmica.
Reconhecimento e percepção do mercado
Aprender por meio da tela do computador ou do tablet já foi motivo de desconfiança e descrédito no mercado. Mas segundo o professor da UNIFACS, essa realidade mudou. Sérgio pontua que o Brasil já acumula mais de 20 anos de experiência com o ensino a distância e os resultados das avaliações entre cursos presenciais e em EAD demonstram que a qualidade da formação é similar.
“Os cursos semipresenciais beneficiam-se do fato de serem predominantemente presenciais, o que provavelmente gera menos questionamentos dos setores de mercado que eventualmente ainda tenham alguma resistência ao uso de tecnologia na educação”, acrescenta.
Decidi estudar de forma semipresencial! E agora?
Antes de ingressar nessa modalidade de ensino, é preciso considerar determinados pontos e tomar alguns cuidados. O especialista destaca que o principal deles é verificar a credibilidade da instituição escolhida e o modo como ela é avaliada geralmente pelo MEC e pelo mercado.
“Dificilmente, uma instituição historicamente bem avaliada em cursos presenciais arriscará sua reputação oferecendo atividades em EAD de baixa qualidade”, avalia. Além disso, é importante observar a qualidade da plataforma tecnológica, da infraestrutura física e, especialmente, a qualidade e a disponibilidade do corpo docente e tutorial da instituição.