O coronavírus tem se revelado nos últimos tempos não somente uma ameaça à saúde, mas também aos negócios. Com a paralisação das atividades durante a fase mais aguda da pandemia e empresas fechando as portas, a situação financeira virou uma grande preocupação. O Ministério da Economia acaba de divulgar, por exemplo, uma queda estimada na atividade econômica do país de 8 a 10% entre os meses de abril e junho.
Diante desse cenário e com o país começando um processo de reabertura da economia gradualmente desde julho, muitos têm visto nas linhas de crédito uma alternativa para a recuperação do seu negócio, mas, com as diversas possibilidades existentes hoje no mercado, como saber que está fazendo a melhor escolha? Especialistas explicam.
O sócio fudador da Consulting André Torres, por exemplo, afirma que vai depender de cada caso. “Cada empresa tem suas peculiaridades e, portanto, não existe uma solução padrão para todas”. Ele orienta que o ideal é fazer uma análise global do cenário do setor e da empresa para definir qual seria a melhor linha de financiamento a ser escolhida.
Critérios de avaliação
Segundo o especialista, primeiramente, a avaliação deve ser interna, projetando o fluxo de caixa futuro e levando em consideração da melhor maneira possível a necessidade de capital. Feito isso, avalia-se qual a necessidade de crédito para cobrir esse fluxo. “Com as informações, o interessado pode checar se o mesmo se enquadra em um dos programas, em especial, quanto ao limite de faturamento”, observa.
Linha de credito emergencial
Para lidar com esse período delicado de pandemia, linhas de captação emergencial foram disponibilizadas. “São linhas com menores taxas”, explica o consultor de negócios da Consulting Hector Seido. Como exemplo, ele destaca a linha de fundo emergencial oferecida pelo Banco do Nordeste, que – de acordo com o especialista – tem uma das menores taxas para capital de giro, ou da Desenbahia.
Para Hector, a Caixa Econômica também pode ser uma opção, pois, segundo ele, apesar de ter taxas maiores que a dos outros bancos citados, ainda pode ser algo atrativo. “Uma taxa que consideramos baixa em um período normal seria cerca de 11% ao ano, agora você consegue encontrar taxas bem menores”, pontua.
Já André ressalta que os programas específicos em decorrência da pandemia não são os únicos, mas que há outras possibilidades no mercado bancário também, ainda que com taxas em um patamar acima.
Micro e pequenos empreendedores
Para os pequenos empreendedores, André Torres informa que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) está com uma linha de credito voltada para microempresas, que na avaliação dele possui taxas de juros bastante atrativas.
Consultoria
Os especialistas lembram que se a escolha da linha de credito que melhor se ajusta à sua realidade parecer confusa, as empresas podem buscar ajuda de consultorias especializadas. Uma assessoria desse tipo pode, por exemplo, oferecer apoio em toda a atividade administrativa/ financeira do empresário, o que inclui desde execução de atividades operacionais da empresa a analises econômico-financeiras, projeção de fluxo de caixa e, consequentemente, apoio em todo o processo de captação de recursos.