Ao se analisar os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, nota-se que o furto de veículos na cidade de São Paulo aumentou de 29.785 entre janeiro e agosto de 2015, para 30.738 no mesmo período de 2016. Roubos, por sua vez, passaram de 24.544 para 24.742, na comparação dos períodos.
Ainda que as estatísticas não mostrem crescimento expressivo, nem ajudem a distinguir quais veículos furtados ou roubados são carros ou motos, o fato é cada número envolve uma história triste de alguém quer perdeu seu veículo.
Claro que contar com um seguro contra roubo e furto, que também cubra gastos com acidentes e terceiros, é um investimento ideal. Há também a realidade do alto valor do prêmio e ainda o fato de que alguns tipos de motos novas, ou mesmo modelos mais antigos, não são aceitos por parte das seguradoras.
Assim, Infomoto lista dicas e cuidados para evitar furtos e roubos de motos.
Dicas contra roubo e furto de moto
Cuidado ao sair e chegar
Segundo o consultor de segurança Diógenes Lucca, um dos criadores do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar), os momentos de saída e chegada da residência são os preferidos pelos ladrões para a abordagem seguida de roubo. O perito recomenda: “Pela manhã é bom checar com o porteiro se a redondeza está tranquila. Se morar em casa, vale instalar câmeras de segurança para se certificar da movimentação na rua e, então, partir sem demora”. No retorno, “ao estar próximo da residência, o ideal é fazer uma ronda rápida nas imediações e perto da entrada, verificando se há pessoas com atitude suspeita”, completa Lucca.
Nunca reaja
No caso de ser abordado por criminosos armados, Lucca recomenda manter a calma e nunca reagir, nem mesmo tentar negociar o bem. “Deve-se colocar as duas mãos abertas à frente, de modo a se mostrar rendido, e sair de perto do veículo de forma calma, sem demonstrar pavor”, alerta o perito em segurança.
As preferidas dos bandidos
Para Sérgio Barros, diretor de produto da Mapfre/Banco do Brasil Seguros, é possível tomar algumas precauções para evitar o risco de roubo: “Evite pilotar tarde, à noite. E esteja sempre alerta e concentrado não só no trânsito, mas em todo espaço em sua volta. Evitar fazer sempre o mesmo trajeto também é uma medida que dificulta a ação de quadrilhas especializadas”. Motos esportivas, nakeds e big trails são as mais visadas; customs e scooters são menos procurados.
Estacione com segurança
O ideal é nunca estacionar na rua, especialmente à noite e em locais desertos. Sempre prefira um estacionamento, mesmo que o preço seja o mesmo cobrado por um carro. Na cidade de São Paulo, há bolsões para motos, principalmente em locais onde existe Zona Azul, onde a prefeitura cobra pelo estacionamento por um determinado período. Entretanto, há diversos relatos de motos furtadas nestes bolsões.
Use um dispositivo de segurança
Se não houver outro jeito e você precisar estacionar nos bolsões ou na rua por pouco tempo, sempre trave o guidão da moto e use algum dispositivo antifurto. Correntes e cadeados comuns são facilmente burlados por ladrões especializados, enquanto travas para o disco de freio costumam valer a pena. Porém, há notícias de motos travadas que são levadas em caminhões baú ou caminhonetes.
Quanto mais difícil, melhor
Travas de disco devem ser de aço (do tipo inox ou carbono), pois modelos de alumínio são violados mais facilmente. Há inclusive travas de aço com alarme incorporado, acionado por sensor de movimento. Segundo Marcelo Peixoto, mecânico especializado da Motors Company, “o ideal é travar a roda dianteira, pois em motos mais potentes, a trava no disco de trás pode arrebentar (junto com o disco de freio) com uma arrancada mais forte”.
Alarme presencial
Alarmes presenciais cortam a corrente de ignição ou bomba de combustível e são úteis, especialmente, para ocorrências de roubo com a moto em movimento. Quando o modelo se distancia do controle, o aparelho faz o sistema parar. Hoje estes sistemas estão bem desenvolvidos, podendo contar com sensores no cavalete, no assento ou mesmo nos baús. Outra vantagem é a sirene potente, que dispara ao movimentar a moto e chama atenção de quem está ao redor.
Seguro com rastreador
Atualmente, existem sistemas de rastreamento em conjunto com seguro, além das apólices que cobrem apenas roubo ou furto, em conjunto com assistência mecânica e guincho. Em alguns casos, o valor desta nova modalidade pode ser similar ao custo do seguro convencional, que também cobre acidentes e terceiros. Após o sinistro, se a moto não for recuperada pelo aparelho, tudo segue como o padrão: recebe-se um valor entre 90 e 100% da tabela Fipe. Uma vantagem dos seguros com rastreadores está no fato das corretoras aceitarem diversos modelos, independentemente do ano de fabricação — bom diferencial para apólices tradicionais, que costumam não incluir motos pequenas ou superesportivas em função da alta sinistralidade. Vale sempre pesquisar diferentes seguradoras e tipos de seguro. Em uma cotação feita com a Suhai Seguros, que oferece cobertura contra roubo e furto e instala um rastreador, segurar uma Honda XRE 300 ano/modelo 2013 custaria R$ 183 ao mês (R$ 2.196 ao ano), incluindo serviços de guincho, borracheiro e táxi em caso de problema mecânico. O perfil é o de homem com 37 anos, residente da Zona Sul de São Paulo, separado e com garagem residencial. A apólice mais completa da Mapfre/Banco do Brasil, na modalidade tradicional, para a mesma moto sairia R$ 1.882,42. No caso da naked Honda CB 650F, o valor do seguro com rastreador seria de R$ 332,00 ao mês (R$ 3.994 ao ano). No tradicional, subiria a R$ 4.513,71, porém com seguro de danos materiais e corporais de até R$ 50.000, assistência e cobertura em viagens.
uol