A ANM dá como certa a queda do talude. O que ainda não se sabe é se isso se dará aos poucos ou de uma só vez, como explica o chefe da divisão de segurança de barragens de mineração da ANM, Wagner Nascimento.
— O que a gente torce é que ele venha descendo de forma progressiva e não abrupta. No caso de um rompimento abrupto, a massa desce como um todo e de uma altura maior. Se for um deslizamento progressivo, vai ter uma menor vibração, que é o que nos preocupa hoje.
A vibração causada pela queda do talude norte da mina Gongo Soco é o que pode desencadear um eventual rompimento da barragem Sul Superior. A estrutura é uma das quatro barragens da Vale que se encontram em nível 3 de emergência, ou seja, o mais grave.
Em 8 de fevereiro, ao elevar o nível da estrutura de 1 para 2, a Vale acionou a Defesa Civil para que fizesse uma operação de evacuação da ZAS (Zona de Autossalvamento), que fica mais próxima à barragem. Na ocasião, mais de 400 pessoas deixaram suas casas e foram realocados em outros locais.
Caso a barragem Sul Superior venha a se romper, 6 mil moradores da cidade de Barão de Cocais terão cerca de uma hora para deixarem suas casas e procurarem um local seguro.
A Vale disse ter adotado “todas as medidas preventivas” em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro.
“Além da retirada preventiva dos moradores da Zona de Autossalvamento, a Vale apoiou as autoridades na realização de simulados e na preparação das comunidades para todos os possíveis cenários, com equipes de prontidão permanentemente. Tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente.
A Vale reforça que não há elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível”, diz a empresa, em nota.
R7