O estudante Mateus Ferreira, de 33 anos, que foi agredido durante um protesto, em Goiânia, recebeu alta médica na manhã deste sábado (20) após passar pela segunda cirurgia. Segundo o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo), ele está bem e não há previsão de novos procedimentos cirúrgicos.
Mateus foi agredido no dia 28 de abril após ser atingido com um cassetete pelo capitão da Polícia Militar Augusto Sampaio. Um vídeo mostra em detalhes o momento em que o estudante levou o golpe no rosto. Fotos também registraram a agressão. O impacto foi tão grande que o cassetete quebrou com a pancada.
O primeiro procedimento cirúrgico aconteceu no dia 29 de abril. Equipes de neurocirurgia e bucomaxilofacial fizeram reparações dos ossos faciais. Já no dia 18 de maio, ele passou por um segundo procedimento para preencher com cimento cirúrgico uma perda óssea na testa, acima da sobrancelha.
A equipe médica considerou que a cirurgia foi bem-sucedida e sem intercorrências. Após o procedimento, a mãe do estudante, Suzethe Barbos, disse que o filho já tem vontade de voltar a estudar.
“O médico disse que na segunda-feira (22) ele já pode ir para a faculdade e ele já está querendo ir. Já expulsou a gente, falando que podemos ir embora, que está bem e pararmos de ser chatos”, brincou a mãe.
Inquérito Policial Militar
O comandante geral da PM-GO, coronel Divino Alves de Oliveira, explicou que o capitão Sampaio foi afastado do patrulhamento das ruas no dia 1º de maio e ficará exercendo apenas atividades administrativas enquanto o Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga a conduta dele não é concluído.
“Houve excesso, não há como fugir a esta situação, houve o excesso na ação praticada por esse policial militar e, em decorrência disso, o comando da instituição instaurou o inquérito policial militar que irá apurar as responsabilidades”, disse o coronel à TV Anhanguera.
Em nota, a corporação explicou que instaurou o procedimento “diante das imagens que circulam em redes sociais, quando da intervenção policial militar, que mostram a clara agressão sofrida” pelo estudante.
Investigação da Polícia Civil
A Polícia Civil começou a investigar o caso no último dia 4, a pedido do Ministério Público. O delegado titular do 1º Distrito Policial da capital, Izaías de Araújo Pinheiro, informou que ainda não há uma data para ouvi o estudante agredido, pois ele ainda segue sob cuidados médicos.
“A princípio o inquérito apura se houve abuso de autoridade por parte do policial. A lesão gravíssima será apurada exclusivamente pelo Inquérito Policial Militar [IPM]. Ainda vamos buscar imagens, ouvir testemunhas, familiares da vítima e depois o capitão”, revelou ao G1 no dia em que abriu o inquérito.
Ainda segundo o delegado, caso o capitão seja indiciado, denunciado e condenado pelo crime, ele pode perder o cargo e ficar detido por até seis meses.
G1