resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado com alunos de instituições públicas e privadas do ensino superior, apontou que 6,1% dos cursos presenciais obtiveram o maior Conceito Enade na avaliação de 2017. Nos cursos a distância, esse percentual caiu para 2,4%.
O resultado também foi diferente no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD), que mede o quanto o curso agregou para o desenvolvimento do estudante. Entre os alunos do ensino EaD, 6,4% obtiveram IDD 4 ou 5, indicando que agregaram muito ao estudante. Já nos cursos presenciais, esse percentual foi de 21,6%.
Por outro lado, de acordo com pesquisa preenchida pelos próprios alunos, os perfis dos estudantes são diferentes. Enquanto no ensino presencial 42,3% dos estudantes não trabalhavam, 46,6% dos estudantes de EaD trabalhavam 40h por semana ou mais. O mesmo se aplica à renda, enquanto 35% dos que fazem o EaD precisam contribuir com o sustento da família, apenas 15,9% do presencial fazem essa contribuição.
Os cursos são classificados seguindo uma escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos cursos. Aqueles que tiveram um desempenho menor que a maioria recebem conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram desempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5.
Para o ministro da Educação, Rossieli Soares, apesar dos dados, o ensino a distância funciona como meio de inclusão ao ensino superior. “É inegável que a educação a distância é uma forma de inserção para as pessoas que estão no mercado de trabalho, que têm mais dificuldade de tempo e às vezes estão em regiões isoladas. Mas também é inegável que nós precisamos olhar cada vez mais o quanto que isto está agregando aos alunos e que qualidade de cursos nós estamos ofertando”, ponderou.
Classificação geral
O resultado do Enade mostra que, na maioria dos cursos (59,5%), incluindo as duas modalidades de ensino, os estudantes tiveram um desenvolvimento semelhante durante a graduação, obtendo IDD 3. Já em 19,4%, o desempenho foi inferior à maioria: 3,8% com IDD 1, o mais baixo; e 15,6% com IDD 2. Outros 16,2% tiveram rendimento superior à maioria, com IDD4. Apenas 4,9% tiveram nota 5.
Escolas públicas
De acordo com os dados, 68,7% dos estudantes que responderam ao questionário cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Destes, 75,2% estão no ensino presencial e os outros 24,8% no ensino a distância. O censo mostra ainda que 22,5% dos estudantes ingressaram nas instituições por meio de programas do governo federal, como o ProUni e o Fies.
Indicadores
Os indicadores foram calculados a partir do Exame do Enade 2017. Ao todo, participaram 451 mil estudantes de 10,6 mil cursos. Pelo menos 1,5 mil instituições de ensino participaram da avaliação. O Enade avaliou, no ano passado, cursos de bacharelados e licenciaturas das áreas exatas, licenciaturas e afins, além de cursos superiores de tecnologia de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.
Sobre o Exame
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências adquiridas em sua formação. O exame é obrigatório e a situação de regularidade do estudante no Exame deve constar em seu histórico escolar. A primeira aplicação do Enade ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima da avaliação é trienal para cada área do conhecimento.
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