Uma pesquisa da Universidade de Toronto, no Canadá, está testando a eficácia de extrato de açaí no tratamento de covid-19. O estudo está sendo conduzido pelos pesquisadores Michael Farkouh e Ana Andreazza, que acreditam que o poder anti-inflamatório da fruta pode melhorar a recuperação de pacientes com o novo coronavírus e ajudar a prevenir complicações causadas pela inflamação.
Os pesquisadores vão investigar se o extrato do açaí pode reduzir a mortalidade ou a necessidade de ventilação mecânica em pacientes com covid-19.
Segundo informações do Clinicals Trial Ontario, uma organização de experimentos clínicos, Ana já pesquisava as ações inibidoras de inflamação do açaí e, como a covid-19 é uma doença que causa uma inflamação generalizada no corpo, viu a oportunidade de estudar a fruta no tratamento da doença.
“Nossa colaboração é uma história realmente interessante de como cientistas translacionais e cientistas clínicos se reúnem em tempos de crise para apresentar uma intervenção cientificamente sólida”, afirmou Farkouh ao Clinical Trial Ontario.
O ensaio clínico está sendo realizado no Brasil e no Canadá. Os centros de pesquisa incluem o Women’s College Hospital, a Scarborough Health Network e a Universidade de São Paulo (USP).
“Uma vantagem de incluir o Brasil é que eles estão no pico de casos de covid-19, um momento diferente do Canadá, então seremos capazes de ver o impacto dessa intervenção nos estágios iniciais do número de casos e nas fases posteriores”, explica a pesquisadora.
O planejamento do estudo está minimizando qualquer contato direto entre pacientes e profissionais de saúde, enviando o material diretamente para a casa do participante do ensaio e conduzindo entrevistas de acompanhamento por telefone. Os pesquisadores estão prevendo uma alta taxa de participação e esperam ter resultados em aproximadamente três meses.
Os pesquisadores acreditam que se a eficácia for comprovada, o extrato terá grande importância na luta contra a covid-19, por ser seguro e barato.
“Pensamos que esta intervenção tem potencial não apenas no Canadá e no Brasil, mas também em países de baixa e média renda, onde os desafios de administrar a covid-19 são maiores”, afirma Farkouh.
R7