Uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificou, pela primeira vez, o vírus causador da febre do Nilo Ocidental, em Minas Gerais. O estudo também confirmou a circulação viral no Piauí e em São Paulo, onde o vírus já havia sido detectado anteriormente. No Piauí, em 2019, foi registrada a primeira morte de um paciente com a doença em todo o Brasil.
De acordo com o estudo, as amostras positivas foram coletadas de cavalos que adoeceram entre 2018 e 2020. Os cientistas também obtiveram o sequenciamento do genoma completo dos microrganismos nos três Estados.
O vírus do Nilo Ocidental é transmitido para aves silvestres por meio da picada de mosquitos infectados. Durante o ciclo de transmissão da doença, outros animais, além de seres humanos que tiverem contato com o vírus. Em alguns casos, é possível que as vítimas desenvolvam casos graves e até com risco de morte.
De acordo com o pesquisador e coordenador do estudo Luiz Alcantara, do Instituto Oswaldo Cruz, os cavalos costumam ser infectados acidentalmente, ao serem picados por mosquitos infectados.
— Esclarecer os casos suspeitos é importante para detectar a presença do vírus na região e prevenir a transmissão para os rebanhos equinos e as pessoas
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus não apresentam sintomas. Dentre os 20% que apresentam sintomas, os mais comuns são formas leves com febre, dor de cabeça, cansaço e vômito.
As formas graves da doença, como meningite e encefalite, atingem um em cada 150 infectados. Os sintomas podem ir de febre alta e rigidez da nuca a convulsões, coma e paralisia.
Em 2018, um surto causou mais de 100 mortes na Europa.
Histórico
De acordo com a Fiocruz, o vírus da febre do Nilo Ocidentalfoi identificado pela primeira vez em Uganda, na África, em 1937. O patógeno permaneceu restrito a países da África, Europa e Ásia, durante décadas. No entanto, em 1999, o vírus foi identificado nos Estados Unidos, onde houve um surto de grandes proporções. O vírus também foi detectado em toda a América do Norte e Central e também chegou à Venezuela.
Em 2009, um estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz analisou amostras de cavalos na região do Pantanal.
R7