Apesar de reagirem melhor do que os meninos ao tratamento, as meninas autistas tem mais dificuldade que eles na hora de fazer tarefas básicas como escovar os dentes ou se vestir, de acdo com um trabalho recente do Sistema Nacional de Saúde da Criança (Children’s National Health System – NHS), nos Estados Unidos.
De acordo com o site Bebê, o grupo avaliou relatos dos pais e os resultados de testes de 79 garotas e 158 garotos com idade entre 7 e 18 anos e notou que eles tinham dificuldades diferentes. “Vimos que elas foram piores do que os meninos nas funções executivas, que exigem a capacidade de fazer planos para executar a tarefa e saber se moldar às situações”, disse Alison Ratto, psicóloga do NHS e autora do trabalho. Na prática, isso faz com que a criança se torne mais independente dos pais.
A pesquisa é a mais ampla realizada sobre o assunto e faz parte de uma série de estudos feitos pelo mundo todo a fim de entender as diferenças do transtorno nos dois sexos. A conclusão a qual se chegou foi que, por conta da raridade, o autismo nas meninas é menos conhecido do que no público masculino.
Já se sabe que os garotos apresentam comportamentos mais típicos e dificuldades de comunicação, já as meninas conseguem se socializar normalmente, e por isso o diagnostico pode demorar a aparecer. “Como elas têm amigos, conversam e têm menos prejuízo intelectual, é difícil reconhecer o autismo nelas, que muitas vezes pode até ser confundido com hiperatividade, ansiedade e outros transtornos”, explica Alison.
De acordo com Rejane Macedo, pediatra do hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, “As meninas estão menos propensas ao autismo por conta de um fator protetor que parece ser genético, e essa habilidade social pode mascarar o impacto do transtorno no cotidiano delas, que é de fato mais significativo”.
O principal objetivo do estudo é que as diferenças entre meninos e meninas sejam consideradas na hora de dar o diagnóstico do transtorno. Os atrasos na detecção do autismo podem comprometer a vida menina. “Quanto mais cedo começa o tratamento, melhor seu resultado”, conclui Rejane.
Bahia Notícias