O vírus da Zika, relacionado a microcefalia age no sistema imunológico de mulheres grávidas de modo semelhante ao vírus HIV. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, o vírus ataca as células de defesa do corpo transformando-as em outra, desta forma, fragiliza o sistema imunológico, atravessa a placenta e atinge o feto, provocando anomalias. Os pesquisadores concluíram que o vírus da zika mira glóbulos brancos específicos — asism como o vírus que causa a Aids —, o que faz com que o corpo da grávida não consiga combatê-lo.
As grávidas são mais suscetíveis ao vírus da zika porque a gravidez naturalmente já suprime o sistema imunológico da mulher para que seu corpo não rejeite o feto, que é essencialmente um corpo estranho — afirma Jae Jung, presidente do Departamento de Microbiologia Molecular e Imunologia da universidade. A descoberta é considerada um passo importante para melhorar o destino das gestantes e dos bebês que ainda vão nascer, segundo Suan-Sin Foo, autor principal do estudo e pesquisador associado no laboratório de Jae Jung.
O estudo testou cepas africanas e asiáticas do vírus zika em amostras de sangue de homens saudáveis, mulheres não gestantes e grávidas com idades entre 18 e 39 anos. Foi notado que a cepa africana diminuiu a imunidade em 10% enquanto a cepa asiática suprimiu em 40% o sistema imunológico de gestantes. A pesquisa foi publicada na última edição da “Nature Microbiology”, feita por Suan-Sin Foo, Jae Jung e outros pesquisadores.