As irmãs Thuanne Pimenta dos Santos e Izabela Pimenta de Souza foram denunciadas pelo MPRJ (Ministério Público do RJ) por estupro de vulnerável. Elas são acusadas de contribuir com o crime por levarem uma menina de dois anos para o coronel da PM reformado Pedro Chavarry Duarte, suspeito de pedofilia. As denunciadas tiveram a prisão preventiva requerida. Também nesta terça-feira (4), a Justiça do Rio aceitou a denúncia contra o coronel.
Elas também vão responder por favorecimento pessoal e armazenamento de fotos e vídeos com pornografia infantil. A denúncia foi realizada por meio da 25ª PIP (Promotoria de Justiça de Investigação Penal) da 1ª Central de Inquéritos.
De acordo com a denúncia, Thuanne mentiu dizendo que levaria a criança para ser fotografada vestida de Papai Noel, no entanto, ela entregou a menina a Chavarry em troca de pagamento em dinheiro. O coronel foi preso em flagrante com a menina dentro de seu carro, no dia 10 de setembro deste ano.
Logo após saber da prisão do oficial, Thuanne foi à casa dos pais da criança pedir a certidão de nascimento da menina, alegando que faria um registro em uma ONG. A acusada, então, pegou o documento e entregou aos policiais que efetuaram a prisão do coronel. De acordo com os autos, Thuanne mentiu para os agentes, dizendo que a mãe da criança estava presa.
Izabela foi a primeira a chegar ao local da prisão e também mentiu para os policiais para confirmar a versão contada pela irmã. Ainda de acordo com a denúncia, Ela comentava na comunidade que o coronel ajudaria financeiramente as mães que “deixassem as crianças darem uma volta com o mesmo”.
No celular das irmãs, foram encontrados fotos e vídeos com cenas de sexo explícito e pornografia envolvendo criança e adolescente.
A Justiça do Rio aceitou denúncia do MPRJ contra o coronel reformado da PM Pedro Chavarry, que foi flagrado com a menina de 2 anos nua em seu veículo. Segundo o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), a denúncia foi aceita pela 23ª Vara Criminal. O processo corre em segredo de Justiça.
Suspeito de Pedofilia
Chavarry foi preso em Ramos, zona norte do Rio, após ser denunciado à polícia por uma atendente de lanchonete da região. Segundo a delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), a testemunha relatou que o coronel pediu um lanche e foi estacionar. Quando foi levar a comida para ele, a funcionária bateu no vidro e então o policial aposentado se assustou. A mesma funcionária disse à polícia já ter visto o suspeito com outras crianças.
Em um vídeo divulgado no dia do crime, Chavarry aparece oferecendo benefícios aos PMs que o detiveram. Ele também responde por corrupção ativa e está preso no BEP (Batalhão Especial Prisional).
O coronel também já foi investigado por outros crimes no passado. Na semana passada, duas mulheres afirmaram em depoimento que tiveram a irmã levada por ele. De acordo com os relatos, Chavarry é responsável pelo desaparecimento do bebê em 1993. À época, a mãe da menina de nove meses, procurou pela filha sem parar, mas morreu sem reencontrar a menina.
Segundo a delegada, as duas irmãs afirmaram que frequentaram a casa onde ficavam várias crianças e que o coronel passeava sem roupa entre elas. Apesar de serem bem novas na ocasião, elas alegam que têm flashes de memórias com Chavarry nu e que essas imagens nunca foram esquecidas.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Melo, relatou que, na década de 90, o suspeito havia sido preso por envolvimento com tráfico de bebês, mas teria conseguido arrastar o processo na Justiça e saiu impune. O próprio secretário afirmou que participou da investigação porque, à época, era deputado.
— À época, fui procurado por uma associação de moradores de Bangu, que relatou o envolvimento de um PM na venda de crianças. Montamos uma operação com a ajuda do 14º BPM (Bangu) e ficamos esperando no local usado pela quadrilha como cativeiro, onde os bebês eram deixados de manhã, sob efeito de tranquilizantes, e, à noite, transportados pelo bando. Quem da quadrilha chegou para pegar o bebê, de apenas quatro meses, foi o então capitão Pedro Chavarry. Foi preso e autuado em flagrante.