Os Estados Unidos anunciaram sexta-feira (2) que se retiraram formalmente do Tratado INF, sobre a eliminação de mísseis de médio e curto alcance assinado com Moscou em 1987.
O pacto, que entrou em vigor em 1º de junho de 1988, pôs fim às tensões existentes pela presença de mísseis soviéticos e americanos na Europa e é considerado emblemático para o término da Guerra Fria.
A OTAN responsabilizou a Rússia pelo fracasso do tratado e apoiou Washington na sua decisão de se retirar do mesmo.
“A Rússia é a única responsável pelo fim do tratado”, afirmou a Aliança em uma declaração, acrescentando que Moscou continuou “violando” as disposições do mesmo apesar das advertências dos aliados e que, como resultado, agora se torna efetiva a decisão dos EUA, de se retirar do INF, “plenamente apoiada pelos aliados da OTAN”.
Os países da organização lamentaram que a Rússia “não tenha mostrado vontade” e nem tenha adotado medidas “para retornar ao cumprimento de suas obrigações internacionais”, apesar do compromisso dos Estados Unidos e dos aliados, incluída a oportunidade dada a Moscou nos últimos meses.
“Não é sustentável uma situação na qual os Estados Unidos cumprem plenamente o tratado e a Rússia não”, expressou a declaração.
A OTAN advertiu, além disso, que responderá “de maneira mesurada e responsável” aos muitos “riscos” que representa para a segurança o míssil de cruzeiro russo Novator 9M729 (SSC-8, segundo a classificação da OTAN).
“Acordamos um pacote de medidas equilibradas, coordenadas e defensivas para assegurar que a postura de dissuasão e defesa da OTAN siga sendo crível e efetiva”, acrescentou.
A OTAN lembrou o compromisso dos aliados em manter o controle das armas internacionais, o desarmamento e a não-proliferação, e afirmou que seguirão defendendo, apoiando e fortalecendo esses objetivos.
No entanto, a organização afirmou que segue “aspirando uma relação construtiva com a Rússia, quando as ações da Rússia fizerem isso ser possível”.
R7